A Rua 25 de Março, famosa região de comércio popular localizada no centro de São Paulo, foi mencionada no último relatório do Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR) como um dos maiores centros de vendas de produtos falsificados e pirateados globalmente.
A Rua 25 de Março, famosa região de comércio popular localizada no centro de São Paulo, foi mencionada no último relatório do Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR) como um dos maiores centros de vendas de produtos falsificados e pirateados globalmente. O documento, divulgado nesta quarta-feira (8), incluiu a 25 de Março entre 33 mercados físicos identificados no mundo, que facilitariam a falsificação de marcas registradas e a pirataria de direitos autorais.
O relatório, que é publicado anualmente desde 2011, mapeia mercados e sites relacionados à pirataria, com o objetivo de ajudar governos e operadores de mercados a proteger as marcas, especialmente as americanas, que sofrem com a falsificação. A China segue como a principal fonte desses produtos ilegais.
Principais mercados da 25 de Março
De acordo com o USTR, a Rua 25 de Março engloba sete importantes pontos de comércio que figuram entre os maiores centros de falsificação do Brasil e da América Latina. Dentre os locais mencionados estão o Shopping 25, a Galeria Pagé Centro, Santa Ifigênia, Shopping Tupan, Shopping Korai, Feira da Madrugada e Nova Feira da Madrugada.
Esses mercados são conhecidos por oferecer uma vasta gama de produtos falsificados, com destaque para roupas, eletrônicos, calçados, brinquedos e outros itens populares. A região também é famosa por armazenar e distribuir mercadorias pirateadas, com denúncias indicando que há instalações para o envio desses produtos para outras partes de São Paulo e do Brasil.
Esforços contra a pirataria
Embora a 25 de Março continue sendo um centro de pirataria significativo, o relatório do USTR reconhece o esforço das autoridades brasileiras, que realizaram diversas operações no ano passado. Em novembro de 2022, por exemplo, a Receita Federal apreendeu mais de duas toneladas de mercadorias falsificadas, estimadas em US$ 250 milhões, durante uma grande operação na região. Contudo, o USTR observa que muitas das lojas fechadas durante essa operação foram reabertas e que os responsáveis pelo comércio ilegal ainda não foram devidamente responsabilizados.
Além disso, o relatório destaca outras ações do Brasil no combate à pirataria, como a operação antipirataria de setembro, que focou em sites e aplicativos de streaming de música, resultando na prisão de suspeitos.
Desafios persistentes
Apesar das ações de fiscalização, o USTR aponta que o comércio ilegal de produtos falsificados e pirateados continua em plena atividade na 25 de Março, com dificuldades em coibir completamente a prática. O documento conclui que, embora existam esforços em andamento, ainda é necessário intensificar as medidas para combater a pirataria na região, especialmente a distribuição de produtos falsificados para outros mercados no Brasil e no exterior.