Em uma movimentação estratégica para fortalecer o mercado aéreo brasileiro, o grupo Abra, controlador das companhias Gol e Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul.
Em uma movimentação estratégica para fortalecer o mercado aéreo brasileiro, o grupo Abra, controlador das companhias Gol e Avianca, assinou um memorando de entendimento com a Azul. O objetivo da parceria, anunciada na noite de quarta-feira (15), é explorar a viabilidade de uma possível transação entre as duas empresas.
O comunicado divulgado pela Gol destacou que este acordo representa a fase inicial de negociações que têm como foco “explorar a viabilidade de uma possível transação”. Embora ainda em estágio preliminar, o entendimento entre as companhias prevê que, caso a fusão se concretize, ambas manterão suas marcas e certificados operacionais de forma independente.
De acordo com a Gol, a fusão não afetará a estratégia nem as operações diárias da companhia. A empresa segue com seu foco em concluir as etapas do Chapter 11, o processo de reestruturação nos Estados Unidos, com a intenção de emergir como uma companhia independente e mais capitalizada. "A companhia continua focada em concluir as etapas restantes dos seus procedimentos do Chapter 11 em andamento”, afirmou a Gol em seu comunicado.
Estrutura do Novo Grupo
Se o acordo for aprovado pelos órgãos reguladores, como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a fusão resultará em um novo grupo no qual o presidente do conselho será indicado pela Abra e o CEO será escolhido pela Azul. O atual CEO da Azul, John Rodgerson, assumirá a presidência da nova companhia.
O modelo de governança da futura empresa será uma "corporation", sem controlador definido, sendo a Abra a maior acionista. No entanto, a definição dos percentuais de participação de cada aérea está sujeita ao fim da renegociação das dívidas da Gol nos Estados Unidos.
Sinergias e Operações
As duas companhias poderão compartilhar aeronaves e até operar voos umas das outras, aumentando a conectividade entre grandes cidades e destinos regionais. No entanto, a Azul e a Gol não realizarão novos investimentos financeiros para a fusão, que será baseada apenas em ativos já disponíveis. A Azul, por sua vez, seguirá com a compra de aviões da Embraer e buscará sinergias em voos internacionais.
Embora as marcas Gol e Azul continuem a operar de forma independente, o acordo propõe um modelo de crescimento por meio da ampliação da oferta de voos domésticos e internacionais. A Azul também prevê aumentar a conectividade e os serviços aos consumidores, com mais destinos e rotas no Brasil.
Alavancagem e Condições da Fusão
A fusão está sujeita à condição de que a alavancagem combinada das duas empresas não ultrapasse a da Gol após a conclusão de sua recuperação judicial. Caso a alavancagem não atenda a esse critério, a fusão não será concretizada.
A Gol, que entrou com pedido de reestruturação nos Estados Unidos em janeiro de 2024, revelou que sua alavancagem estava em 5,5 vezes no final do terceiro trimestre de 2023. A meta da empresa é reduzir esse índice para cerca de 4,5 vezes até o final de sua recuperação judicial, em abril deste ano.
A fusão dependerá ainda de diversas aprovações regulatórias e de negociações para a consumação do plano de reorganização da Gol, dentro do processo do Chapter 11, e de outros detalhes pendentes.
A Azul, em nota, reiterou que a combinação visa promover o crescimento da indústria aeronáutica brasileira, com mais opções de voos e melhorias no serviço ao consumidor.
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