A crise interna no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promete se intensificar ainda mais nos próximos dias, com novas críticas de servidores à gestão do presidente Márcio Pochmann.
A crise interna no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) promete se intensificar ainda mais nos próximos dias, com novas críticas de servidores à gestão do presidente Márcio Pochmann. Na segunda-feira (20), uma carta elaborada por cerca de 100 gerentes e assistentes do IBGE foi divulgada, reiterando o descontentamento com a administração do presidente, que já enfrenta resistência tanto de seu próprio quadro técnico quanto do sindicato da categoria.
O documento afirma que o “clima organizacional está deteriorado” e que as lideranças do instituto enfrentam sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Os servidores manifestaram apoio aos dois diretores que pediram exoneração recentemente, Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto, e denunciam posturas “autoritárias” de Pochmann. Segundo a carta, essas atitudes têm causado um ambiente de trabalho cada vez mais insustentável, comprometendo a missão institucional do IBGE.
Uma nova carta elaborada por gerentes e assistentes do IBGE foi divulgada nesta segunda-feira (20), contendo críticas ao presidente Márcio Pochmann. O documento, assinado por 100 servidores, foi uma resposta às declarações de Pochmann, que rebateu o sindicato da categoria, acusando-o de falta de diálogo com o quadro técnico e o Conselho Diretor.
Há duas semanas, dois diretores pediram demissão, e mais dois estão na iminência de seguir o mesmo caminho ainda em janeiro. O documento divulgado hoje afirma que o “clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções”.
Na carta, os servidores expressam “apoio e solidariedade aos diretores que pediram recentemente a exoneração de seus cargos por não concordarem com as práticas da gestão do presidente do IBGE, Sr. Márcio Pochmann”, a quem acusam de ter “posturas autoritárias e desrespeito ao corpo técnico da casa”.
O descontentamento maior é com a decisão de Pochmann de criar a Fundação IBGE+, considerada dentro do IBGE uma espécie de organização paralela. Essa fundação tiraria o protagonismo do próprio IBGE na condução das pesquisas do país. Os servidores também reclamam da falta de discussão interna nas decisões do fim do home office e da transferência da sede do IBGE do Centro para a Zona Sul do Rio de Janeiro.
Os servidores pedem atenção da sociedade e das autoridades para solucionar a crise. “O clima organizacional está deteriorado e as lideranças encontram sérias dificuldades para desempenhar suas funções. Por isso, não vemos outro caminho senão solicitar o apoio da sociedade e a atenção das autoridades competentes para sanar a crise instaurada”, afirma o grupo.
No início de janeiro, os diretores Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto pediram exoneração e deixaram os cargos devido ao descontentamento com a gestão de Pochmann. Além disso, no último dia 15, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do IBGE (ASSIBGE) divulgou uma carta criticando a criação da fundação e afirmando que o braço foi desenvolvido “paralelamente e em segredo”.
O presidente do instituto rebateu as críticas e afirmou que os servidores estavam divulgando “mentiras”.