Membros das Forças Armadas que foram dispensados por se recusarem a tomar a vacina contra a COVID-19 serão reintegrados com pagamento retroativo completo e benefícios. A medida será oficializada por meio de uma ordem executiva que o presidente Donald Trump deve assinar na próxima segunda-feira. A iniciativa cumpre uma promessa de campanha do presidente e foi antecipada durante seu discurso inaugural.
Essa reintegração faz parte de uma série de ações da nova administração para reverter políticas da gestão Biden que são consideradas “progressistas”. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, reafirmou o compromisso, declarando durante sua audiência de confirmação que os militares dispensados “receberão um pedido de desculpas, serão reintegrados com pagamento retroativo e com suas patentes restabelecidas”.
Entre agosto de 2021 e janeiro de 2023, a administração Biden, sob orientação do então secretário de Defesa Lloyd Austin, dispensou mais de 8.000 militares que recusaram a vacinação obrigatória contra a COVID-19. Apesar disso representar menos de 1% da força total das Forças Armadas, as dispensas geraram críticas severas de republicanos, que acusaram o governo de prejudicar a prontidão militar e de praticar discriminação religiosa.
Embora o Pentágono tenha permitido que os militares dispensados se reinscrevessem após a revogação da obrigatoriedade da vacina em 2023, apenas 43 optaram por retornar, segundo dados federais.
O tema da vacinação contra a COVID-19 nas Forças Armadas tornou-se politicamente sensível. Apesar de os militares serem obrigados a tomar mais de uma dúzia de vacinas como parte do processo de incorporação, a vacina contra a COVID-19 foi alvo de controvérsia. A administração Trump anterior foi responsável por lançar a Operação Warp Speed, que acelerou o desenvolvimento e a disponibilização das vacinas em tempo recorde. No entanto, a obrigatoriedade da vacina nas Forças Armadas só foi implementada após a aprovação total da Food and Drug Administration (FDA).
As dispensas relacionadas à COVID-19 se tornaram uma questão politicamente delicada para a Casa Branca de Biden e, agora, uma prioridade para a nova administração Trump.
GAZETA BRASIL