Política Destaques

Cientistas identificam ingrediente alimentar que pode reverter alguns sintomas de autismo

Cientistas identificaram um probiótico na fermentação do leite que pode ajudar a aliviar e até reverter alguns sintomas do autismo.

Por Comando da Notícia

18/02/2025 às 10:21:13 - Atualizado há

Cientistas identificaram um probiótico na fermentação do leite que pode ajudar a aliviar e até reverter alguns sintomas do autismo. Atualmente, os pacientes dependem de antipsicóticos, antidepressivos, estimulantes e medicamentos ansiolíticos para tratamento. No entanto, o novo estudo sugere que um método natural pode ser igualmente eficaz.

A descoberta foi feita utilizando camundongos geneticamente modificados, propensos a apresentar sintomas semelhantes ao autismo. Após a modificação, os camundongos passaram a exibir características do transtorno, como reduzido interesse em interações sociais e desequilíbrio nos neurotransmissores essenciais para funções como aprendizado, memória e processos cognitivos.

Os pesquisadores administraram aos animais uma dose diária do probiótico Lactobacillus murinus (um tipo de bactéria comumente encontrado em produtos lácteos como queijo e iogurte) durante um mês. Após o experimento, os cérebros dos camundongos se tornaram mais flexíveis e adaptáveis, o que melhorou sua capacidade de aprender e recordar informações. O tratamento também levou à recuperação dos intestinos e outros genes impactados pelo transtorno.

Nos Estados Unidos, cerca de uma em cada 36 crianças foi diagnosticada com o transtorno do espectro autista (TEA), de acordo com a estimativa mais recente do CDC. A causa do transtorno ainda é desconhecida, mas pesquisas indicam que o aumento da poluição e a contaminação química em alimentos e água podem permitir que toxinas se infiltram na corrente sanguínea das mães grávidas e cheguem ao cérebro do feto em desenvolvimento, causando inflamação que prejudica os sinais nervosos responsáveis pelo autismo. A maioria das crianças só pode ser diagnosticada após os quatro anos, e os tratamentos atuais incluem terapias comportamentais e de fala.

Pesquisadores chineses, no entanto, acreditam ter descoberto um tratamento em alimentos comuns que poderia complementar as intervenções comportamentais com efeitos colaterais mínimos. O estudo utilizou 34 camundongos, aos quais foram retirados 13 pares do gene CHD8, que interfere na produção de proteínas, conforme relatado pelo South China Morning Post. Com isso, os animais passaram a apresentar comportamentos semelhantes ao autismo, como ansiedade, dificuldades em socializar e problemas de memória.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que as bactérias intestinais podem influenciar as funções cerebrais por meio do eixo intestino-cérebro, a complexa rede de comunicação entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso central. Com base nisso, a equipe testou se o Lactobacillus murinus poderia ser uma possível solução para o autismo. Esse probiótico é conhecido por suas ações anti-inflamatórias e antibacterianas, além de ser eficaz no alívio da depressão.

Durante 30 dias, os camundongos receberam o Lactobacillus murinus, e os pesquisadores monitoraram seu comportamento e progresso interno. Os resultados mostraram não apenas a reversão de comportamentos sociais, mas também a normalização do intestino. Um estudo realizado em 2022 no Hospital Zhujiang, na China, já havia identificado intestinos subdesenvolvidos como um fator significativo no desenvolvimento de problemas comportamentais e microbiota intestinal relacionada ao autismo.

A pesquisa atual também revelou que o equilíbrio excitatório/inibitório (E/I) no córtex cerebral dos camundongos mostrou sinais de recuperação. Esse equilíbrio de atividade neural no cérebro, que envolve excitação e inibição, é essencial para como o cérebro processa informações e gera atividade oscilatória. Indivíduos com autismo frequentemente apresentam níveis mais baixos de receptores de dopamina D2, uma proteína que ajuda a regular movimento, aprendizado, memória, recompensa e atenção. No entanto, após o tratamento com probióticos, os pesquisadores observaram um aumento significativo nos níveis dessa proteína, sugerindo que as células estavam se recuperando.

Além disso, várias vias cerebrais relacionadas ao comportamento, organização das sinapses e inflamação também mostraram melhora. A equipe analisou os genes recuperados pelo tratamento, observando que uma grande parte da recuperação ocorreu em astrócitos, células responsáveis pela regulação de neurotransmissores e metabolismo, enquanto os neurônios excitatórios tiveram a maior proporção de recuperação. Os cientistas afirmaram que os resultados indicam que o Lactobacillus murinus “melhora as deficiências comportamentais relacionadas ao TEA por meio da comunicação bactérias-intestino-cérebro”.

Esses achados confirmam e ampliam pesquisas anteriores, que já haviam mostrado que o Lactobacillus murinus é eficaz na recuperação das deficiências comportamentais associadas ao autismo.

Fonte: GAZETA BRASIL
Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

Comando Geral BG

© 2025 Comando Geral BG - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Comando Geral BG
Acompanhantes de Goiania Deusas Do Luxo