O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou duramente o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, após uma discussão acalorada no Salão Oval na sexta-feira (23). Segundo Trump, o líder ucraniano “desrespeitou os Estados Unidos da América” durante o encontro.
Trump e Zelensky tinham um evento programado para assinarem um acordo sobre minerais e darem uma coletiva de imprensa conjunta às 13h (horário de Washington). No entanto, os planos foram interrompidos por um embate verbal que envolveu também o vice-presidente J.D. Vance.
“Tivemos uma reunião muito significativa na Casa Branca hoje”, escreveu Trump na rede Truth Social. “Muita coisa foi aprendida que nunca poderia ser entendida sem uma conversa sob tanta pressão. É incrível o que sai através da emoção, e eu determinei que o presidente Zelenskyy [sic] não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos, porque ele sente que nossa participação lhe dá uma grande vantagem nas negociações. Eu não quero vantagem, eu quero PAZ. Ele desrespeitou os Estados Unidos da América em seu precioso Salão Oval. Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz.”
Pouco depois da declaração de Trump, o jornal The New York Post confirmou que a coletiva de imprensa foi cancelada. Zelensky deixou a Ala Oeste da Casa Branca às 13h42, cerca de duas horas e vinte minutos após sua chegada, com uma expressão séria.
A mensagem de Trump foi endossada por membros de sua administração. O gabinete de comunicação da Casa Branca distribuiu a declaração para jornalistas, enquanto o Secretário de Defesa, Pete Hegseth, escreveu “Amém, Sr. Presidente” na rede X.
O encontro entre Trump e Zelensky visava a assinatura de um acordo que criaria um fundo conjunto entre Estados Unidos e Ucrânia para investimentos na extração de minerais raros no território ucraniano. Trump vinha tentando convencer Zelensky a assinar o acordo há semanas, chegando a enviar o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, a Kyiv para negociar.
Inicialmente, Zelensky rejeitou a proposta, mas os dois governos chegaram a um novo rascunho, e o líder ucraniano foi a Washington para oficializar a assinatura. Entretanto, o documento não foi assinado, e uma fonte da Casa Branca afirmou ao The Post que Trump “queria que Zelensky fosse embora” após a discussão.
A reunião no Salão Oval começou com cumprimentos cordiais, e Trump chegou a afirmar que considerava Zelensky “um grande cara”. No entanto, a conversa tomou um rumo tenso quando o presidente ucraniano tentou explicar a Vance o que considera ser a falta de diplomacia do presidente russo, Vladimir Putin.
O vice-presidente dos EUA acusou Zelensky de “discutir o assunto em público”, criticou sua participação em eventos fotográficos com democratas durante a campanha de 2024 e classificou suas falas como “desrespeitosas” com a administração americana.
“Neste momento, vocês estão enviando recrutas forçados para a linha de frente porque têm problemas com efetivo. Você deveria estar agradecendo ao presidente por querer acabar com o conflito”, disse Vance.
Zelensky, então, sugeriu que Vance fosse à Ucrânia para “sentir” a situação. Trump interveio imediatamente.
“Estamos tentando resolver um problema”, disse Trump. “Não nos diga o que vamos sentirÂ… Você não está em posição de ditar o que vamos sentir. Vamos nos sentir muito bem. Vamos nos sentir muito bem e muito fortes. Neste momento, você não está em uma posição muito boa. Você se permitiu estar em uma posição muito ruim.”
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