A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou, neste domingo, as punições ao Cerro Porteño pelos atos racistas sofridos pelo atacante Luighi, do Palmeiras, durante a partida da última quinta-feira pela Libertadores Sub-20. O clube paraguaio foi multado em 50 mil dólares (cerca de R$ 288 mil) e terá jogos com portões fechados durante a competição.
Além disso, a Conmebol determinou que o Cerro Porteño publique, em suas redes sociais, uma campanha de conscientização contra o racismo durante a edição de 2025 do torneio. No entanto, a decisão não foi bem recebida pelo Palmeiras. Em nota, o clube paulista classificou as penalidades como "inócuas" e afirmou que levará o caso a instâncias superiores.
"O conjunto de punições não atende à gravidade dos fatos ocorridos, com exceção da obrigação da campanha de conscientização", declarou o Palmeiras. A diretoria do clube ainda criticou a Conmebol por considerar que a entidade não adota uma postura combativa contra o racismo. (Confira a íntegra da nota no final da matéria).
O episódio de discriminação ocorreu quando um torcedor do Cerro Porteño imitou um macaco em direção a Luighi, que deixou o campo chorando. O atacante também foi alvo de uma cusparada enquanto se dirigia ao banco de reservas.
Diante do ocorrido, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou um pedido formal à Conmebol para que o Cerro Porteño fosse excluído da competição. O documento foi encaminhado também ao presidente da FIFA, Gianni Infantino.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, reforçou a necessidade de punições mais severas e defendeu a união dos clubes sul-americanos para exigir medidas efetivas contra o racismo no futebol. As punições aplicadas pela Conmebol ainda cabem recurso.
Eis a íntegra da nota do Palmeiras:
A Sociedade Esportiva Palmeiras manifesta profunda discordância com as punições brandas aplicadas pela CONMEBOL ao Cerro Porteño-PAR, após os ataques racistas sofridos por seus atletas na Libertadores Sub-20, na última quinta-feira (6), em Assunção, Paraguai.
O clube considera que, com exceção da campanha antirracista nas redes sociais do infrator, as sanções são insuficientes diante da gravidade do caso e não contribuem para o combate ao racismo no futebol sul-americano.
Além disso, o Palmeiras ressalta que a decisão da CONMEBOL demonstra conivência com um crime recorrente e expõe a ineficácia do sistema penal esportivo, incapaz de aplicar punições rigorosas a atos de discriminação racial dentro e fora de campo.
O Verdão reitera que levará o caso às instâncias máximas do futebol mundial, exigindo um posicionamento firme para que o esporte sul-americano adote uma tolerância zero contra o racismo.
As lágrimas do atacante Luighi não serão em vão!
GAZETA BRASIL