O crédito às MPMEs, segundo o relatório, também seguiu em forte crescimento, em especial, para financiar capital de giro nas microempresas e investimento nas companhias de médio porte.
Falando sobre crescimento de crédito, Souza afirma que os números continuam compatíveis com a conjuntura econômica, registrando alta em patamares positivos, assim como o PIB do país. Um exemplo dado por ele é o caso das cooperativas de crédito, que vinham de um crescimento ao longo da pandemia, porém teve um arrefecimento. Mesmo assim, registrou um crescimento expressivo na ordem de 30%.
“No caso dos bancos públicos, também houve uma retomada de crescimento mais recente, e os privados continuam na faixa de 20% de crescimento, ano após ano”, pontua.
Souza ressalta que, mesmo atravessando um cenário adverso ao longo de 2020 e 2021, o crédito cresceu e teve uma maior distribuição entre todos os segmentos. Ele destaca o cooperativismo de crédito no segmento de micro, médias e pequenas empresas. “Nesse período, a representatividade em relação à carteira total subiu de 11% para 15%, em função do forte ritmo de crescimento. Na parte de pessoas físicas, houve uma participação mais significativa das instituições digitais – resultado de uma política de competição, inclusão e educação financeira”.
O perfil da carteira de crédito do sistema financeiro para pessoas físicas está representado pelo crédito imobiliário, crédito consignado, crédito rural, e um retorno mais forte na parte de cartão de crédito – que havia sofrido uma queda no ritmo de crescimento ao longo da pandemia. Houve ainda um crescimento do crédito não consignado, que são as linhas de maior risco.
“A movimentação de crédito de pessoas físicas atingiu R$ 442 bilhões no primeiro semestre de 2022. Do total, R$ 380 bilhões foi do cartão à vista (pagamentos corriqueiros na população). O crédito rotativo – com a maior incidência de juros – foi na faixa de R$ 28 bilhões. O cheque especial registrou R$ 29 bilhões”, destaca.
Para ele, todas essas movimentações aumentaram a materialização de risco em razão de concessões mais arriscadas em trimestres anteriores e devem permanecer ainda altas devido à manutenção do apetite ao risco das instituições financeiras no crédito a famílias e microempresas.
Neste cenário de crescimento de crédito, Souza mostra que índice de confiança dos agentes econômicos está no seu nível mais alto desde o início da série histórica, iniciada em 2012.
Ainda durante a coletiva, o diretor de fiscalização do BC explicou que, apesar das maiores despesas com provisões, a rentabilidade do sistema bancário manteve-se estável. “O sistema bancário permanece com liquidez confortável para manter a estabilidade financeira e o regular funcionamento do sistema de intermediação”, demonstrou Souza.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Índice de confiança dos agentes econômicos está no nível mais alto, diz BC no site CNN Brasil.