Em seu primeiro discurso internacional desde a eleição, o presidente eleito Lula (PT) cobrou na COP 27, a Conferência do Clima ONU, nesta quarta-feira, 16, uma nova governança global e mais relações multilaterais para combater o que chamou de crise climática. O presidente eleito garantiu que o tema terá papel de destaque em seu governo. Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL), ele fez críticas ao atual governo ao falar em uma suposta mudança de postura do Brasil. Lula disse ainda que irá solicitar ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que a próxima COP seja realizada no Brasil. Momentos antes do discurso oficial feito hoje, Lula teve um encontro informal com governadores do consórcio da Amazônia. Nele, Lula falou sobre o interesse que tem em relação às riquezas da região. Durante o programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan, o comentarista José Maria Trindade comentou o discurso, dizendo que ele vai na contramão do que é bom para o brasileiro.
“Isso (o debate ambiental)permeou toda a campanha, durante toda a campanha houve debates neste setor e o representante do Brasil na COP 27 é um ministro do meio-ambiente nomeado por Bolsonaro. Lula foi convidado, levou uma equipe enorme e foi de carona no ‘super-avião’. Esse discurso de ‘olha, o Brasil vai mudar’ e ‘eu cheguei’, vai mudar para pior, dependendo do ponto de vista. Por lá, o debate é de que muda para melhor, para a França. O presidente francês, Macron, tem razões para dizer que o Brasil tem que ir na contramão do que está indo agora, porque é pressionado diretamente pelos agricultores franceses, que são politicamente insistentes e pressionam o presidente. Se esse discurso de Lula agrada ao Macron, mas não aos agricultores brasileiros, significa que algo está fora de sincronia. […] Se isso está muito bem para o agricultor francês, não está bem para o Brasil. Esse discurso de Lula na COP é no sentido contrário aos interesses do Brasil”, afirmou o comentarista.