No documento, o indígena se diz arrependido de divulgar informações "erradas" sobre o processo eleitoral
Nesta quinta-feira (05), o cacique Serere divulgou uma carta em que pede desculpas ao povo brasileiro, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Desde dezembro, o líder indígena está preso acusado de comandar supostos "atos antidemocráticos" em Brasília. A prisão dele foi determinada por Moraes a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Peço, humildemente, desculpas ao povo brasileiro por eventuais declarações exageradas que fiz, ao criticar o sistema eleitoral brasileiro. Da mesma forma, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal; ao Tribunal Superior Eleitoral; ao presidente irmão Lula; ao irmão Alexandre; à minha família; à minha querida tribo Xavante; e, aos meus amados irmãos da nossa Igreja", escreveu Serere na carta.
Na carta, Serere se diz arrependido de divulgar informações "erradas" sobre o processo eleitoral, que teriam sido enviadas a ele por "terceiros".
"Agora, olhando para trás, vejo que estavam desvinculadas da realidade", disse o indígena.
"Na verdade, não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou na vontade do eleitor", afirma na carta.
Ele afirma que "nunca defendeu ruptura democrática" e que não acredita na violência como método de ação política.
"Entendo que o amor, o perdão e a conciliação são os únicos caminhos possíveis para a vida em sociedade", diz Serere.
O cacique Serere avisa ainda que, para evitar "qualquer atuação leviana" e a "divulgação de mentiras" a seu respeito, apenas os advogados Jéssica Tavares, Pedro Coelho e João Pedro Mello estão autorizados a falar em nome dele.