As 14 escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo irão desfilar no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte da cidade de São Paulo, nos dias 17 e 18 de fevereiro (sexta-feira e sábado). A primeira a entrar na avenida será a Independente Tricolor, que retorna à elite do Carnaval depois do vice-campeonato do Grupo de Acesso I em 2022. A Estrela do Terceiro Milênio abre os desfiles do sábado. Atual campeã, a Mancha Verde é a terceira escola a desfilar no dia 18 e tentará o tricampeonato com o enredo Oxente – Sou Xaxado, Sou Nordeste, Sou Brasil. A Gaviões da Fiel e a Dragões da Real serão responsáveis por encerrar as noites de desfile. Este será o segundo desfile depois da pandemia de Covid-19, o primeiro que não teve a preparação afetada pelo coronavírus. No ano passado, as escolas paulistanas se apresentaram no feriado de Tiradentes, em 21 de abril.
Em entrevista à Jovem Pan, João Carlos, membro da Comissão de Carnaval da Gaviões da Fiel, falou sobre as expectativas para o desfile, dizendo que está otimista e que, mesmo após a pandemia, a agremiação não encontrou problemas para conseguir componentes. “As expectativas são as melhores possíveis. Estamos em um processo bem interessante da construção do projeto Carnaval 2023. Sendo assim, acreditamos em um desfile que marcará a trajetória de grandes desfiles da escola. Já estamos com 85% das alas completas. Nosso setor cênico já está completo e vamos desfilar com mais ou menos 1.800 pessoas”, disse. À reportagem, a Mancha Verde também relatou não ter sofrido dificuldades para arregimentar foliões dispostos a defender a escola palmeirense na avenida. A agremiação bicampeã do Carnaval paulistano também disse que espera superar os desfiles dos anos anteriores. “As inscrições seguem no mesmo ritmo pré-pandemia. Ao todo, 2.500 componentes compõem o desfile. As expectativas são sempre de fazer um grande desfile, nos superar a cada ano, surpreender e encantar a sociedade e, acima de tudo, conseguir transmitir a história do nosso enredo com sucesso. Preparamos o desfile deste ano com muito carinho e atenção aos detalhes para superarmos a qualidade de sempre”, diz a Mancha.
De volta ao Grupo Especial depois de três carnavais, a Independente Tricolor, escola ligada à torcida do São Paulo, será responsável por abrir os desfiles deste ano, entrando no Anhembi às 23h15 de sexta-feira, 17. A escola foi vice-campeã do Acesso I no ano passado e, segundo Danilo Zamboni, membro da diretoria, buscará o capricho em seu desfile. “Visual, plástica, qualidade, acabamento e capricho são marcas registradas da nossa escola. Sempre buscamos isso”, disse Zamboni, que também comentou sobre as dificuldades da agremiação em engajar componentes para o desfile, citando uma melhora gradativa ao longo da preparação. “A princípio, tivemos um pouco de problema porque as pessoas não tinham certeza do que poderia acontecer. Mas, aos poucos, com esclarecimento e vacina, foi melhorando gradativamente. Nossos componentes ganharam confiança e retornaram. Temos a previsão em torno de 1.800”, relatou o diretor.
A outra recém-promovida à elite do Carnaval paulistano é a Estrela do Terceiro Milênio. A agremiação do Grajaú foi fundada em 1998 e chegou ao Grupo Especial pela primeira vez neste ano. Carlos Pires, diretor de Carnaval da agremiação, falou sobre as expectativas de uma apresentação “luxuosa”, exaltando a força e a tradição de outras escolas, mas elogiando o trabalho da sua. “As expectativas são boas. Estamos há cinco anos nos preparando para este momento, estrear no Grupo Especial. Respeitamos todas as escolas concorrentes, as agremiações coirmãs, mas trabalhamos com o objetivo estar entre as melhores. Não conheço o projeto das outras escolas, mas sabemos que várias são tradicionalmente fortes e luxuosas. Mas, sobre nosso trabalho, posso garantir que será um lindo espetáculo para o público. Estamos buscando sempre fazer o melhor, dentro das características que o nosso enredo nos proporciona”, disse Pires. Já Miriam Moura, vice-presidente da escola, falou sobre a preparação, citando a força e o tamanho da comunidade. “O que nos fortalece sempre é o carinho da comunidade que entendeu o propósito sério da Estrela do Terceiro Milênio, que é se manter no Especial. A escola vem com canto forte e muito comprometimento. No nosso último ensaio de rua, tivemos cerca de mil componentes presentes e isso foi maravilhoso. Temos uma comunidade presente, que sustentam as alas. Vamos para a avenida com aproximadamente 1.800 componentes e confiantes de ter em mãos um grupo bem preparado para apresentar o espetáculo.”
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Habituada ao topo, a Mocidade Alegre entra no Sambódromo na segunda noite de desfiles, buscando seu 11º título depois de um terceiro lugar em 2020 e um vice em 2022. À Jovem Pan, Igor Sorriso, intérprete da agremiação, disse estar aliviado em ver o Carnaval depois da pandemia. Para ele, por mais que seja difícil se enquadrar nas mudanças causadas pela Covid-19, as escolas devem mostrar a grandeza do Carnaval. “Estar vivenciando esse momento depois de tempos tão difíceis em razão da pandemia é um alívio e uma alegria imensa. Conseguir se reencontrar com um formato pela pandemia gera uma expectativa maior quanto à realização e adesão, mas a expectativa é sempre que em cada ano a gente mostre a força e a grandeza de uma das maiores festas de expressão cultural do país”, disse Sorriso, que também exaltou a importância da vacinação para que a festa possa acontecer de maneira segura.
Outra escola tradicional que vem em busca do topo da tabela é o Rosas de Ouro. A agremiação soma sete títulos da elite e desfila na primeira noite. Para a presidente da escola, Angelina Basilio, as expectativas são boas, e as agremiações devem manter o patamar luxuoso mostrado no último Carnaval. “Acredito que, mesmo com a pandemia, os desfiles foram luxuosos no ano passado. Teve a redução no número de componentes e de cinco para quatro alegorias, o que ajudou bastante. Neste ano, provavelmente, serão desfiles mais luxuosos, sim, mas o motivo não creio que seja somente por causa dessa retomada da normalidade, e, sim, porque a cada ano o Carnaval de São Paulo cresce mais e mais”, disse Angelina. Além disso, a presidente destacou o empenho dos trabalhadores do Carnaval, que não tiveram descanso entre os desfiles de 2022, realizados em abril, e os deste ano. “Este Carnaval ainda foi afetado um pouco pela pandemia, pois diminuiu o espaço de tempo que temos entre um desfile e outro. Os desfiles normalmente são em fevereiro, no máximo na primeira semana de março. Então, depois da quaresma, voltamos aos trabalhos só no final de abril ou começo de maio. Desta vez, com o último Carnaval sendo realizado em abril, nós não paramos sequer um dia de trabalhar. Já emendamos um Carnaval no outro. Nosso principal desafio foi manter o componente por perto a todo o momento, desde quando terminou o desfile em abril até agora”, concluiu a presidente.