Investigadores encontraram no telefone celular de um dos alvos da operação, uma mensagem que indicava pagamentos feitos já em 2023 para manipulação de resultados.
A investigação do Ministério Público de Goiás, que apura manipulação de resultados nos jogos da Série B do Brasileirão de 2022, confirmou que foram realizados pagamentos, já em 2023, para atletas de Mato Grosso e mais três estados para novas fraudes.
O objetivo inicial da investigação, conforme o MPGO, foi a denúncia feita por Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova, de que o meio-campista Romário foi cooptado por apostadores para cometer um pênalti no primeiro tempo da partida contra o Sport, pela última rodada da Série B, em 2022.
Ao longo da apuração, outros envolvidos também foram descobertos. Um deles é o lateral-direito Mateusinho, que hoje atua no Cuiabá E.C.. Na época, ele teria sido pago para cometer um pênalti em partida contra o Londrina, quando ainda jogava pelo Sampaio Corrêa, do Maranhão.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, os investigadores encontraram no telefone celular de um dos alvos da operação (um aliciador de jogadores) uma mensagem que indicava pagamentos feitos, já neste ano, para atletas que atuam em Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás.
Segundo o G1, o empresário Bruno Lopez de Moura foi preso em São Paulo por participar do esquema de manipulação. De acordo com o MP, ele era o responsável por fazer o contato com os jogadores e realizar os pagamentos.
Ainda não há detalhes sobre quais jogadores e quais jogos podem ter sido corrompidos pelos apostadores. Uma investigação, agora no âmbito nacional, deve ser aberta para apurar possíveis tentativas de manipulação de resultados em partidas de 2023.
Relembre o caso
Na terça-feira (14), o Ministério Público de Goiás deflagrou operação contra um grupo especializado em fraudar resultados de jogos da série B do Campeonato Brasileiro.
As apurações do Ministério Público apontam que o grupo convencia atletas a manipular resultados nas partidas por meio de ações como fazer pênalti no primeiro tempo dos jogos, entre outras táticas. Em troca, os jogadores receberiam parte dos prêmios de apostas feitas. A estimativa é que cada envolvido tenha recebido R$ 150 mil por aposta.
Há indícios de que o grupo atuou em pelo menos três jogos da Série B no final de 2022. Os investigados teriam movimentando mais de R$ 600 mil.
Um dos mandados foi cumprido em Cuiabá, contra o jogador Mateusinho, do Dourado. Ele é acusado de manipulação, após ter cometido um pênalti em jogo do Sampaio Correa contra o Londrina, na última rodada da Série B. Ele era atleta do time Maranhense.
Jogador segue no clube
O Cuiabá se pronunciou na quarta-feira sobre a operação do Ministério Público de Goiás contra o lateral-direito Mateusinho.
O Dourado informou que "está acompanhando as investigações" e que "apenas tomará medidas, se necessárias, após a conclusão das apurações".
O atleta segue treinando normalmente no CT do Cuiabá.