Política ESQUEMA NA TRIBO

MP pede cassação de 2 deputados de MT por suspeita de comprar votos de índios

Um dos deputados alega que santinho é apócrifo

Por Comando da Notícia

10/03/2023 às 07:24:24 - Atualizado há

O Ministério Público Eleitoral protocolou, em dezembro do ano passado, um pedido de cassação do mandato do deputado federal Fábio Garcia (União Brasil) e também do suplente de deputado estadual Silvano Amaral (MDB), que atualmente exerce mandato na Assembleia Legislativa, por captação ilícita de votos em aldeias indígenas no Estado. O procurador eleitoral Erich Raphael Masson ainda solicitou, em caso de caso de cassação, que os dois políticos tenham os votos anulados, o que poderá mudar a lista dos eleitos para Câmara Federal e Assembleia, já que Garcia obteve 98.704 votos e Amaral 19.805.

Segundo a denúncia da Procuradoria Regional Eleitoral, obtida com absoluta exclusividade pelo FOLHAMAX, o secretário de Agricultura de Marcelândia (641 KM de Cuiabá), Lincoln Alberti Nadal, e o empresário Anderson Fernando Grandini, que também são partes no processo, visitaram ao menos oito aldeias indígenas isoladas em Mato Grosso oferecendo um pagamento de R$ 1,5 mil pouco antes do primeiro turno das eleições de 2022. Os valores eram repassados acompanhados de "santinhos" do deputado federal Fábio Garcia, do deputado estadual Silvano Amaral, e dos então candidatos à reeleição – o governador Mauro Mendes (União), o senador Wellington Fagundes (PL-MT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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Das oito aldeias visitadas - Tuba Tuba, Maidi'ka, Paroreda, Caiçara, Aiporé, Camaçari, Imazuma, Castanhal e Paranalta -, há depoimentos de três representantes de povoados distintos que confirmaram o recebimento de R$ 1,5 mil das mãos de Lincoln Alberti Nadal. Numa delas, os indígenas teriam aceitado o dinheiro num primeiro momento.

No entanto, quando o secretário de Agricultura voltava de barco de outras aldeias, subindo o rio, eles acenaram para o suposto aliciador, e gravaram um vídeo denunciando a prática. Já os integrantes de uma outra aldeia indígena se dirigiram à polícia, e devolveram os R$ 1,5 mil.

Na terceira aldeia que teria pego o valor, um de seus integrantes confessou que gastou o dinheiro, porém, "não passou os santinhos para nenhum membro da aldeia e também não pediu votos". O processo já está tramitando no Tribunal Regional Eleitoral.

A desembargadora do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT), Nilza Maria Pôssas de Carvalho, intimou o deputado federal Juarez Costa (MDB-MT), e o deputado estadual Dilmar Dal Bosco (União), para uma audiência no próximo dia 24 de março, na sede do órgão, em Cuiabá.

Ambos foram arrolados como testemunhas. Em decisão publicada na última quarta-feira (8), a desembargadora negou o pedido de Fábio Garcia e de Silvano Amaral pela retirada de um inquérito policial, parte da representação por suposta compra de votos proposta pela Procuradoria-Regional Eleitoral.

Além de manter as investigações como suporte de provas dos supostos crimes eleitorais, a desembargadora intimou Juarez Costa e Dilmar Dal Bosco para prestar depoimento. Como ambos são parlamentares, entretanto, se beneficiam da legislação, que possibilita que certas autoridades, como deputados, indiquem o dia, a hora e o local em que desejam realizar o ato judicial.

APÓCRIFO

O juiz auxiliar da Corregedoria Regional Eleitoral, Antônio Veloso Peleja Júnior, irá conduzir os depoimentos. Em sua defesa, Fábio Garcia aponta que o santinho flagrado da denúncia é "apócrifo", e que ele foi citado nos autos em razão do prefeito de Marcelândia, Celsinho Padovani (União), ter comparecido à sua convenção eleitoral, em 2022.

O gestor municipal é apoiador tanto de Dilmar Dal Bosco quanto de Juarez Costa – parlamentares arrolados como testemunhas por Garcia. As aldeias indígenas onde teriam ocorrido a compra de votos estão localizadas no Parque Indígena do Xingu, na região nordeste de Mato Grosso.

Fonte: FOLHA MAX
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