Ondas de violências marcaram a Cisjordânia ocupada nesta semana, tendo mais um episódio registrado nesta sexta-feira, 7. Duas irmãs israelenses em um ataque a tiros algumas horas após os bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza e o sul do Líbano. A tensão aumentou depois da intervenção da polícia israelense na quarta-feira, 5, na mesquita de Al-Aqsa de Jerusalém, coincidindo com as festividades do Ramadã muçulmano e da Páscoa judaica. A uma operação que terminou com 350 detidos, segundo a polícia israelense, e 37 feridos, segundo o Crescente Vermelho. O templo fica na Esplanada das Mesquitas, terceiro local sagrado do islã e localizado em Jerusalém Oriental, o setor palestino da cidade ocupado e anexado por Israel desde 1967. O complexo foi construído no Monte do Templo, considerado o local mais sagrado pelo judaísmo. Dezenas de foguetes – estima-se que mais de 30 – foram lançados na quinta-feira, 6, contra Israel. Este foi o maior ataque realizado a partir do território libanês desde a guerra de 2006 entre Israel e o grupo xiita Hezbollah, um aliado do Irã. Embora ninguém tenha reivindicado a autoria, alguns veículos de imprensa israelenses a atribuíram a milícias palestinas que atuam no sul do Líbano.
Desde abril de 2022 não eram disparados foguetes do Líbano em direção a Israel, que na época também bombardeou o país vizinho. Mas o incidente de quinta-feira é considerado o mais grave desde a guerra de 2006 contra o Hezbollah. Nesta sexta, os israelenses responderam com bombardeios contra posições movimento palestino Hamas no Líbano e na Faixa de Gaza. Segundo o breve comunicado do Exército, divulgado às 4h07 locais, o país “realiza ataques no Líbano neste momento”, mas não foram divulgados detalhes. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, havia prometido uma reação veemente. “Vamos atacar nossos inimigos e faremos com que paguem o preço de cada agressão”, disse. O movimento palestino Hamas condenou “nos termos mais veementes possíveis a espantosa agressão israelense contra a Faixa de Gaza cercada e o Líbano”. O ministério da Saúde de Gaza relatou “danos” no hospital pediátrico de Al Dorra após os bombardeios israelenses, que chamou de “inaceitáveis”.
Hamas e Jihad Islâmica informaram nesta sexta-feira ao Egito – que habitualmente atua como mediador – que “as facções palestinas prosseguirão com os lançamentos de foguetes, caso Israel continue com as agressões e bombardeios”, afirmaram fontes dos dois grupos em Gaza. O ministério libanês das Relações Exteriores afirmou que o país deseja preservar a calma na região sul e pediu à comunidade internacional que “pressione Israel para frear a escalada”. O comandante da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), general Aroldo Lázaro, conversou com autoridades dos dois países a afirmou em um comunicado que “os dois lados não querem a guerra”. A força de paz da ONU destacada no sul do Líbano para proteger os dois países pediu “a todas as partes que cessem todas as ações” em ambos os lados da fronteira. O Reino Unido pediu a “todas as partes uma desescalada”. A França reiterou seu “compromisso inabalável com a segurança de Israel e a estabilidade e soberania do Líbano”.