O Governo Federal estuda mudanças no Minha Casa, Minha Vida para aumentar o número de pessoas que conseguem acesso ao programa. Em evento realizado em São Paulo nesta terça-feira, 11, pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, disse aos empresários que a ideia é subsidiar até 100% da entrada da compra de um imóvel e ampliar o número de parcelas do financiamento: “A maioria dessas pessoas não acessam os empreendimentos de vocês por FGTS porque elas não tem condições de dar a entrada. Porque hoje em dia a maioria delas paga aluguéis que são até mais caros do que as parcelas que vocês colocam no mercado. Então, elas têm condição de pagar a parcela de vocês. Se a gente estender o número de parcelas, com apoio das prefeituras e dos governos dos Estados, e a gente poder diminuir a taxa de juros aumentando um pouco o subsídio, com isso a gente consegue abrir para um maior número de pessoas”.
Jader Filho também afirmou, em conversa com jornalistas, que a ordem dada pelo presidente Lula (PT) é manter diálogo com os governos municipais e estaduais: “O fundamental que nós discutimos hoje foram parcerias. Parceria com o setor privado, a partir da Abrainc, parcerias com o município de São Paulo, com o Estado de São Paulo e outros entes federados para que a gente possa levar o maior número de pessoas a ter a dignidade da casa própria. Essa foi a orientação do presidente Lula e isso que a gente vai fazer”. O ministro das Cidades reiterou que o objetivo do Governo Federal é entregar 2 milhões de unidades do programa em quatro anos e informou que o governo deve publicar, nos próximos dias, as especificações para contratação de novas unidades habitacionais na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, aquela destinada às famílias com renda de até R$ 2.640.
No mesmo evento, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a dizer que apoia a reforma tributária, mas afirmou que não faz sentido aprovar um texto que retire recursos dos municípios e garantiu que, se for necessário, vai tentar diálogo com o próprio presidente da República: “O ministro [da Fazenda] foi prefeito da cidade de São Paulo, então ele sabe muito bem quais são os impactos. Eu quero acreditar que quem foi prefeito da cidade de São Paulo não vai provar uma reforma tributária em que a cidade de São Paulo perca R$ 10 bilhões. Eu acredito na sensibilidade dele”. O objetivo de Nunes é deixar o Imposto Sobre Serviços (ISS), principal tributo municipal, de fora da reforma.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini