O programa Hora H do Agro deste sábado, 15, analisou a assinatura de acordos entre o presidente Lula e a China e o que muda para o agronegócio a partir de agora. A aproximação dos líderes foi, inclusive, alvo de críticas pelo jornal americano The Washington Post, que afirmou que esperava que Lula seria um parceiro do Ocidente, mas na verdade ele possui seus próprios planos. No encontro, também foi analisada a projeção para o dólar, que nesta semana perdeu o patamar de R$ 5 e operou no menor valor em 10 meses, além das expectativas para o Plano Safra 23/24, que será anunciado oficialmente em maio, um mês antes do usual.
Já no cenário político doméstico, esteve em debate o anúncio do Abril Vermelho pelo MST, com eventuais invasões de terras, e a decisão de entidades do agronegócio de ir à Justiça para evitar possíveis invasões de propriedades e investigar o líder do movimento, João Pedro Stédile. Para o CEO da consultoria política BMJ, Wagner Parente, o MST está de volta ao jogo político e isso deve impactar, por exemplo, o avanço de pautas importantes para o setor produtivo no Congresso.
Nova era Brasil-China vai afetar a relação com os EUA?
Lula e o presidente chinês, Xi Jinping, assinaram uma série de acordos comerciais, entre eles para facilitação do comércio bilateral, desenvolvimento de satélites e investimentos em economia digital. Já no agro, três acordos foram assinados: um sobre cooperação para o desenvolvimento rural, outro que cria um sistema de certificação eletrônica de produtos de origem animal e um acordo sanitário e de quarentena para o Brasil exportar proteína processada de aves e suínos, como farinhas de carne e ossos, destinada à alimentação animal.
Outro destaques do programa Hora H do Agro deste sábado, 15, foi a reportagem do jornal americano The Washington Post, que publicou uma matéria com o título “O Ocidente esperava que Lula fosse um parceiro. Ele tem seus próprios planos”. Nela o jornal afirma que o presidente brasileiro corre o risco de alienar os Estados Unidos e Europa para, entre outros motivos, negociar com a China. À jornalista Kellen Severo, o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho, ressaltou que a primeira entrevista realizada por Lula na China trouxe um tom de contestação da ordem internacional e fugiu da tradição. Carvalho revela que essa condução pode trazer possíveis impactos geopolíticos.
Dólar cai abaixo de R$ 5. E agora, sobe ou desce mais?
O programa Hora H do Agro deste sábado, 15, analisou as tendências para o dólar, que nesta semana perdeu o patamar de R$ 5. Durante o pregão, a moeda norte-americana atingiu o nível mínimo de R$ 4,89, menor cotação em 10 meses. O economista do Itaú Unibanco, Pedro Renault, revela que uma combinação de fatores contribuiu para a queda do dólar. Entre elas está a perspectiva de que os juros nos Estados Unidos não devem subir com força a partir de agora e devido a dados positivos da economia da China, o que tende a valorizar as moedas de países emergentes, como o real. Já no cenário doméstico, o motivo esteve atrelado à menor percepção de risco da economia após apresentação do arcabouço fiscal. Apesar disso, Renault revela que ainda há uma série de fatores a serem observados, como por exemplo a reforma tributária.
Análise: MST está de volta ao jogo político
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra anunciou nesta semana o Abril Vermelho. Durante encontro com jornalistas, o movimento disse que haverá mais mobilizações, com eventuais invasões de terras improdutivas. Repercutindo essa informação, entidades do agronegócio foram à Justiça. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acionou o STF para evitar que novas invasões de propriedades rurais ocorram. Já a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) pede que o líder do MST, João Pedro Stédile, seja investigado. Ao programa Hora H do Agro deste sábado, 15, o CEO da consultoria BMJ, Wagner Parente, revela que o MST está de volta ao jogo político. Já sobre o motivo de a CPI do MST ainda não ter sido protocolada na Câmara, o especialista afirma que o presidente da Casa, Arthur Lira, segue em busca de maior protagonismo. Como a CPI tende a ser nociva ao novo governo, há possibilidade de ele ‘empurrar’ a instalação da comissão parlamentar de inquérito para conseguir maior influência com os petistas.
Exclusivo: áreas de demarcação de terras indígenas serão definidas neste mês
Casa Civil informou com exclusividade ao programa Hora H do Agro deste sábado, 15, que ainda neste mês de abril vai definir as áreas de terras indígenas que serão demarcadas no Brasil. O tema está em discussão no governo e o anúncio da localização dessas áreas deve sair em breve. Durante comissão na Câmara dos Deputados, a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, confirmou que dos 14 processos citados por ela anteriormente que estavam prontos, 10 foram encaminhados ao governo.
Plano Safra em maio: o que esperar da edição 23/24?
Nesta semana, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, se reuniu com os ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Meio Ambiente para tratar do Plano Safra 23/24. Novamente, Fávaro ressaltou que o programa ABC+, de baixa emissão de carbono, será o indutor da política agrícola. Também nesta semana, o presidente Lula afirmou que o plano será anunciado em maio, um mês antes do usual. Confira as perspectivas para o crédito rural na análise do ex-diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e consultor em finanças do agronegócio, Ademiro Vian.