Horas após a Rússia ter acusado a Ucrânia de tentar mata o presidente Vladimir Putin, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou o envolvimento do seu país.
Horas após a Rússia ter acusado a Ucrânia de tentar mata o presidente Vladimir Putin, o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou o envolvimento do seu país. “Não atacamos Putin”, disse Zelensky em Helsinque, capital da Finlândia, após participar como convidado de uma cúpula de cinco países nórdicos. Atacar o presidente russo “será uma tarefa dos tribunais. Nós vamos lutar no nosso território, estamos defendendo nossos povoados e cidades”, acrescentou. O ataque foi realizado na noite de terça-feira, 2, com dois drones, que “ficaram fora de serviço, graças a sistemas de radar de guerra eletrônica0”, informaram os russos, acrescentando que consideram estas ações como uma tentativa de ação terrorista e que “a Rússia se reserva o direito de tomar medidas de represália onde e quando considerar apropriado”. O presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, instou “destruir o regime terrorista de Kiev”. E o ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, defendeu a “eliminação física” do presidente ucraniano, Zelensky.
Um vídeo publicado mostra um pequeno drone aproximando-se do Kremlin, antes de explodir. Em outra filmagem, vê-se uma coluna de fumaça sobre o prédio à noite. As acusações russas ocorrem depois de vários atos de sabotagem e de ataques com drones nos últimos dias contra regiões da Rússia próximas à fronteira ucraniana. Alguns drones caíram na região de Moscou nos últimos meses, mas esta é a primeira vez que uma incursão atribuída à Ucrânia ocorre no coração da capital russa, a cerca de 500 km da fronteira com a antiga república soviética. Estes ataques ocorrem enquanto Kiev afirma estar concluindo os preparativos de uma contraofensiva para retomar os territórios ocupados pela Rússia no leste e no sul do país. A tentativa de ataque denunciada pelo Kremlin ocorre a poucos dias das comemorações pelo “Dia da Vitória”, em 9 de maio, que celebra a vitória das tropas soviéticas sobre a Alemanha nazista, em 1945. Várias paradas foram canceladas no país por motivo de segurança. A região de Briansk, na fronteira com a Ucrânia, anunciou nesta quarta-feira que desistiria da comemoração, após sabotagens recentes que provocaram o descarrilamento de dois trens. Em Moscou, no entanto, as autoridades decidiram manter a grande marcha militar na Praça Vermelha. “O desfile vai acontecer. Não há mudanças no programa”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
Ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta em bombardeios “maciços” russos na região ucraniana de Kherson e 12 deles na cidade homônima, a principal da área, informou o Ministério Público local. Outras 22 pessoas ficaram feridas neste ataque, acrescentou a fonte. As autoridades ucranianas anunciaram, nesta quarta, um toque de recolher de 58 horas em Kherson a partir da noite de sexta-feira, para permitir às “forças de ordem fazerem seu trabalho”. Segundo analistas, a região de Kherson é uma das possíveis áreas de onde as tropas ucranianas poderiam lançar sua contraofensiva. A capital homônima foi retomada pelas tropas de Kiev em novembro. Na Finlândia, Zelensky mostrou-se otimista sobre as próximas operações bélicas. “Acredito que este ano será decisivo para nós, para a Europa, para a Ucrânia, decisivo para a vitória” contra a Rússia, afirmou. A União Europeia (UE) apresentou um plano no valor de 500 milhões de euros (cerca de 2,7 bilhões de reais) para acelerar a produção de munições, a fim de repor suas reservas e manter a ajuda à Ucrânia.
*Com informações da AFP