A Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça (TJMT) negou um pedido de indenização de uma moradora de Guarantã do Norte (708 Km de Cuiabá), que teve o dedo amputado pelo ex-servidor municipal Nelson Uemura. Ele atuava como médico ortopedista na cidade e foi executado a tiros no ano de 2013.
Os magistrados da Primeira Câmara seguiram por unanimidade o voto do desembargador Márcio Vidal, relator de um recurso da paciente contra uma decisão anterior do processo que já havia negado o pedido de indenização. A sessão de julgamento ocorreu no último dia 8 de maio.
Em sua defesa, a mulher discordou de perícias médicas realizadas no processo, que apontaram que a amputação decorreu do acidente sofrido por ela e não de erro médico. No ano de 2007, uma viga de madeira caiu sobre o seu pé esquerdo, o que fez com que seu dedão ficasse necrosado mesmo recebendo tratamento e posteriormente decepado.
Márcio Vidal não concordou com o pedido de indenização, lembrando justamente das perícias realizadas no processo, que não apontaram erro médico. "O laudo pericial não deixa dúvidas de que a amputação do dedo da apelante decorreu da gravidade da lesão sofrida e não do atendimento, da conduta adotada pelo médico vinculado ao recorrido. Nessa quadra, é certo que a conduta do profissional médico não se mostrou ilícita. Logo, não há falar em falha no atendimento médico-hospitalar recebido pela apelante", analisou o desembargador.
Nelson Uemura foi executado a tiros por uma dupla de moto próximo a um trevo da BR-163, no perímetro urbano de Guarantã do Norte, no dia 14 de março de 2013. Na época, chegou-se a suspeitar que um adolescente de 17 anos teria sido o executor, mas a hipótese foi descartada pela Polícia Judiciária Civil (PJC)
FOLHA MAX