O programa Hora H do Agro deste sábado, 27, destacou a fala do deputado Padre João (PT-MG), que afirmou durante a CPI do MST que o agronegócio não produz arroz.
O programa Hora H do Agro deste sábado, 27, destacou a fala do deputado Padre João (PT-MG), que afirmou durante a CPI do MST que o agronegócio não produz arroz. Em tom de deboche, o parlamentar disse ainda que 70% dos alimentos têm como origem a agricultura familiar e os assentamentos do MST. O jornalista da Gazeta do Povo Marcos Tosi e o cientista político Luiz Felipe D'avila analisaram o tema. No encontro, também foi abordado o julgamento no STF que ocorrerá em 31 de maio de uma ação do PSOL que travou o projeto da Ferrogrão. A ferrovia, que vai ligar Mato Grosso ao Pará, promete ser uma das principais vias do agronegócio para escoamento de grãos. Entre os outros temas analisados, estiveram em pauta o congelamento de preços dos alimentos na Europa em um momento em que o bloco aumenta barreiras ambientais que dificultam a entrada de alimentos brasileiros lá. Já aqui, outro destaque foi o pedido de socorro feito pela Aprosoja Brasil ao governo. Com a queda dos preços da soja e milho, aumento de custos e problemas climáticos, a entidade revela dificuldade de pagamento dos compromissos por parte dos agricultores. Confira os destaques:
Durante a CPI que pretende investigar a atuação do Movimento Sem Terra, o deputado federal do PT de Minas Gerais, Padre João, afirmou que o agronegócio não produz arroz, nem itens como alface, feijão e mandioca. O parlamentar afirmou ainda que 70% dos alimentos têm como origem a agricultura familiar e os assentamentos do MST. Ao programa Hora H do Agro deste sábado, 27, o jornalista da Gazeta do Povo, Marcos Tosi, refuta a informação apresentada pelo petista. Apesar de importante, ele revela que a agricultura familiar não produz 70% dos alimentos, especialmente quando se trata do arroz. No caso do MST, por exemplo, a produção orgânica de arroz do movimento é suficiente para abastecer os brasileiros por apenas 10 horas. Confira também a análise do cientista político Luiz Felipe D'avila sobre o tema.
O Supremo Tribunal Federal vai analisar no dia 31 de maio uma Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada pelo PSOL. Essa decisão da Corte vai definir se o projeto da Ferrogrão, ferrovia que deve conectar Mato Grosso aos portos do Norte, irá avançar. Por conta dessa ação do PSOL, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu cautelarmente em 2021 o andamento do projeto da ferrovia e desde então o tema está parado no STF. Ao programa Hora H do Agro deste sábado, 27, o diretor do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz, revela que um comboio da Ferrogrão irá substituir cerca de 400 caminhões que transitam hoje pela BR-163, uma das principais vias de escoamento de grãos em Mato Grosso. Já a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) indica que com a Ferrogrão o modal ferroviário no Brasil sairia de menos de 50% para 87%. Confira também a posição da ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, que critica a construção da via.
A Câmara dos Deputados aprovou por 324 votos a favor e 131 contra, o requerimento de urgência do projeto de lei do Marco Temporal da Demarcação de Terras Indígenas. O projeto diz que só poderão ser demarcadas como indígenas áreas ocupadas por esses povos em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição federal. Após a votação, o presidente da Casa, Arthur Lira, afirmou que o tema irá a plenário na terça-feira. O Supremo Tribunal Federal vai analisar o Marco Temporal no dia 7 de junho. Por isso, o Congresso tenta se antecipar a essa votação para votar esse projeto de lei e esvaziar a decisão da Corte. A mobilização no legislativo ocorre em um cenário de preocupação no agro com a chance do STF acabar com o Marco Temporal e gerar grande insegurança jurídica em relação ao direito de propriedade de terras tituladas há anos.
Uma reportagem do jornal Financial Times revelou nesta semana que políticos europeus estão controlando os preços dos alimentos diante de uma disparada do custo de vida na Europa. A matéria afirma que apesar dos preços mais baixos da energia, o crescimento do custo dos alimentos continuou a disparar. Países da Europa central e oriental, como a Hungria e a Croácia, passaram a limitar o custo dos produtos essenciais. A notícia chama a atenção porque a Europa tem apostado em uma série de leis ambientais que aumentam as exigências para os países que exportam alimentos para eles. Uma delas é a lei antidesmatamento, que foi aprovada neste mês. Confira entrevista com o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Caio Carvalho.
Agro pede ajuda ao governo após queda dos grãos; margens dos agricultores chegam a zero
A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) fez um apelo por medidas urgentes do governo para ajudar agricultores em dificuldades. A entidade afirma que problemas climáticos, a queda nos preços das commodities agrícolas e o aumento dos custos de produção estão fazendo com que milhares de produtores tenham dificuldade para honrar os compromissos. A associação revela ainda problemas de comercialização, ocasionando falta de liquidez para quitar despesas. Ao programa Hora H do Agro deste sábado, 27, o diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo, revelou que para a colheita de 2023, as margens dos produtores rurais de soja e milho segunda safra são zero. Para a temporada 2023/2024, ele vê uma melhora do cenário.