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Longevos e tradicionais, vinhos libaneses são um mergulho na história; conheça

O mercado nacional vem recepcionando vinhos de procedências não tão conhecidas do consumidor brasileiro.

Por Comando da Notícia

04/06/2023 às 11:13:36 - Atualizado há

O mercado nacional vem recepcionando vinhos de procedências não tão conhecidas do consumidor brasileiro. Importadoras, muitas vezes incentivadas pelas câmaras de comércio consulares e organizações não governamentais culturais, que surgiram em consequência de diásporas diversas, têm buscado vinhos nos países do Leste Europeu, Grécia e do Líbano. Há poucos anos, eram mínimos os rótulos de vinhos libaneses disponíveis no mercado nacional; na verdade cingia-se ao trio Musar, Ksara e Kefraya, os três originários do, incrível, Vale de Bekaa. Entretanto, há outras regiões produtoras no Líbano, que são marcantes: Mount Lebanon, Batroun (ao norte) e Jezzine (sul do Líbano). Quando olhamos para os vinhos libaneses, temos que considerar que o Líbano é um país pequeno, equivalente a um quarto do Estado brasileiro do Espírito Santo, com cerca de 10.452 km², mas é notavelmente diverso em termos de clima e relevo. Há duas cadeias de montanhas norte-sul, o Monte Líbano, no oeste, e as montanhas Anti-Líbano a leste, na fronteira com a Síria. Entre as duas cadeias de montanhas, fica o famoso vale de Bekaá, sendo verdade que esta situação topográfica favorece a diversidade de terroir entre as regiões produtoras de vinho.

Não há dúvidas que a região do Vale de Bekaa é a mais importante das quatro regiões, e tem em Baalbek, mais especificamente no bem preservado Templo de Baco, uma prova irrefutável de sua aptidão para vinicultura e de sua importância na produção da bebida durante os tempos da dominação Romana, demonstrando que a cultura do vinho nessa terra já vem de muito tempo. As vinhas dentro do vale de Bekaa estão em um platô a 900 metros de altitude. Eles desfrutam de um microclima ideal de verões quentes, noites frias e baixa pluviometria. O platô do vale está protegido contra os ventos pelas montanhas circundantes que trazem água para as vinhas (Marcio Oliveira – Vinoticias). O estilo do vinho que é produzido no Líbano se aproxima daquele que encontramos em Bordeaux, entretanto, afora as tintas tradicionais de Bordeaux, também temos relevantes culturas de Syrah, Cinsault, Carignan, Grenache e Mourvèdre. O vinho branco libanês carrega especiais características e traços oxidativos que os tornam ímpares e de agradabilidade a toda a prova. A casta branca Obaideh foi reconhecida como 100% libanesa por meio de um teste de DNA em Montpellier, e hoje é considerada, das brancas, icônica por lá. Outras castas brancas cultivadas em solo libanês são as Chardonnay, Sauvignon Blanc, Semillon, Viognier, Muscat, Riesling e Clairette. Os vinhos do Líbano são longevos, inclusive e especialmente os brancos, gastronômicos e, em que pese a influencia francesa, guardam o terroir libanês.

Vou sugerir mais alguns vinhos do Líbano, de ótimo custo, que guardam tipicidade e bem representam o País. E começo com o de uma vinícola boutique, a primeira fundada no Norte do Líbano, em Darbechtar, região de Koura, trata-se do Ishtar Domus, um tinto do curioso corte de 35% Cabernet Sauvignon, 25% Merlot, 25% Syrah e 15% Sangiovese, que é aveludado no paladar, com aromas florais. A Château St. Thomas, de Bekaa, está inovando positivamente e colocando no mercado vinhos de extrema qualidade, a começar pelo Clos St Thomas, Les Goumets Rouge, tinto de personalidade, gastronômico e de uma cor incrível. Da casta Obaideh, a Ishtar produz o sensacional Ishtar Obeidy, branco, seco e de agricultura orgânica, com aromas de frutas cítricas, banana e amêndoa e que vai muito bem com sushi, peixes, frutos do mar e massas. Outro vinho branco libanês que vale a pena ser provado é o Les Bretèches Blanc, marcado por uma variedade de uvas nobres (Muscat à Petits Grains, Bourboulenc, Sauvignon Blanc, Viognier, Verdejo e Clairette) plantadas no Vale Bekaa que expressam o terroir libanês. Com um nariz de flores brancas, combina intensas notas refrescantes de frutas exóticas e cítricos no paladar. Um vinho libanês tinto com mais complexidade é o B-Qa de Marsyas Rouge, elaborado a partir de um blend das uvas Cabernet Sauvignon , Syrah , Merlot , Petit Verdot e Cabernet Franc, é um vinho caprichado, elegante e de um potencial gastronômico soberbo. O Ixsir Altitudes Red, que passa por seis meses em barril de carvalho francês, é um ótimo exemplar da região de Batroun e prima por ser um vinho macio, agradável e acessível. Os vinhos libaneses carregam uma tradição de seis milênios, conhecê-los é mergulhar na história. Salut!

Fonte: Jovem pan
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