Durante um seminário sobre crédito na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), nesta segunda-feira, 12, Aloizio Mercadante defendeu que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumente seu papel no fomento à indústria. Segundo o presidente do banco, a economia brasileira apresenta sinais de melhora, com a revisão para cima da estimativa de crescimento do PIB e a desaceleração da inflação nos últimos meses. Mercadante elogiou o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e demonstrou otimismo em relação à aprovação do novo marco fiscal e da reforma tributária. Mas, ao comentar sobre a manutenção da taxa básica de juros, que segue em 13,75%, Mercadante foi irônico e pediu uma salva de palmas ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em uma eventual redução da Selic: “E eu prometo, não vou fazer nenhuma crítica aqui ao presidente do Banco Central, vou pedir uma salva de palmas para ele para a decisão que ele vai tomar, seguramente favorável à economia brasileira”.
“Então vamos bater uma salva de palmas ao Banco Central, que eu acho que é um belo gesto aqui, porque o Brasil, nós temos aí todas as condições, é o que está faltando para a gente pegar esse vento favorável e dar uma alavancada e podemos avançar mais rápido”, declarou. Na sequência, em entrevista, Mercadante voltou a defender as críticas ao BC: “Por que o presidente da República pode ser criticado? Ou o presidente do Senado ou o da Câmara? Ou o ministro do Supremo? Ou o reitor da universidade? E o Banco Central não pode discutir? (…) O homem público que ouve as críticas, que dialoga com a sociedade, erra menos”. O presidente do BNDES também defendeu a desoneração de carros elétricos produzidos no Brasil.
Segundo o Mercadante, a medida seria uma forma de estimular a introdução da tecnologia e também tornaria o país mais competitivo no mercado internacional: “Nós precisamos mudar a indústria automotiva brasileira, gerar emprego aqui. Nós não podemos ficar importando produto acabado. Nós temos uma história na indústria automotiva que vem lá do Plano de Metas. Talvez antes disso, vem da FNM, da Fábrica Nacional de Motores, com Getúlio Vargas, mas é uma história extremamente exitosa. Nós temos que voltar. Estava discutindo agora, por exemplo, nós temos 11 mil ônibus para comercializar, que é o caminho da escola. O MEC tem comprado, é uma demanda que estimula, por exemplo, que uma parte disso não pode ir toda, porque uma parte da frota é ônibus rural, poderia ser encomenda para ônibus elétricos, para a gente acelerar. O Brasil exportou 52% dos ônibus que andam na América Latina. Nós estamos perdendo esse mercado. Ou mudamos, ou mudamos”. Mercadante também afirmou que trabalha para a retomada do cartão BNDES, que deve ser reapresentado ao mercado nos próximos três a quatro meses.
*Com informações da repórter Letícia Miyamoto
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