No dia seguinte ao cancelamento do jantar entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman Al Saud, Lula afirmou que irá orientar o Itamaraty a convidar o príncipe para visitar o Brasil. Originalmente, eles se encontrariam em uma residência de luxo próxima a Paris para um banquete oferecido pelo saudita, mas o presidente desistiu de última hora.
Neste sábado (24), o petista disse que desistiu devido o desgaste físico proveniente da sequência de compromissos na capital francesa. A decisão foi anunciada pela assessoria de imprensa da Presidência da República. Lula planeja, agora, instruir o Itamaraty a convidar o príncipe herdeiro a visitar o Brasil. O jantar seria realizado em uma residência de luxo próxima a Paris, mas foi cancelado pelo presidente brasileiro.
"O que eu sabia é que havia uma proposta de ter uma reunião com o príncipe da Arábia Saudita que queria discutir investimentos no Brasil. E eu quero conversar com todas as pessoas que querem fazer investimentos no Brasil, até porque eu quero saber qual é a qualidade do investimento que as pessoas querem fazer. Eu simplesmente não tive condições de participar da reunião", disse Lula.
"Ou seja, vou pedir para que o Itamaraty o convoque para ir ao Brasil discutir negócio com os empresários brasileiros. Nós temos muito interesse em que a Arábia Saudita faça investimentos no Brasil, sobretudo na questão da transição energética. Porque nós vamos apresentar um grande projeto ainda neste mês de julho. Então, se a Arábia Saudita tiver interesse de investir no Brasil, pode ficar certa de que o Brasil terá interesse de conversar com a Arábia Saudita. Com quem quer que seja que eles mandem conversar", acrescentou.
Bin Salman foi acusado de ser o mandante do assassinato de Jamal Khashoggi, jornalista assassinado em 2018. Informações da Organização Saudita Europeia para os Direitos Humanos apontam que a Arábia Saudita executou, em média, 129 pessoas ao ano entre 2015 e 2022, representando um aumento de 82% em comparação ao período de 2010 a 2014.
GAZETA BRASIL