O ‘Direto ao Ponto‘ desta segunda-feira, 17, recebeu o ex-secretário da Receita Federal e Economista, Marcos Cintra, para debater os rumos da política econômica, reforma tributária e juros. “Essa é a principal crítica que eu faço, a forma como a reforma tributária está sendo debatida no Brasil. De forma irresponsável, de forma leviana, ligeira, sem informações, sem estudos e sobretudo com o açodamento [efeito de acelerar] que é quase um desrespeito ao contribuinte brasileiro”, disse Marcos no início da entrevista. Segundo ele, 12 dias para o debate de uma reforma que vai impactar tanto no futuro do país, é pouquíssimo tempo. “É muito difícil a gente fazer uma avaliação do futuro dessa reforma, mas uma coisa eu tenho absoluta certeza, que ninguém tem segurança de nada. Tudo pode acontecer ao longo dos próximos meses. Esse projeto, pelo fato de estar nesse nível de falta de informações, vai ter um período muito longo de teste e implementação, então vai deixar o país num mar de incertezas durante dez anos, até 2033 quando de fato começa a se aplicar o novo sistema”, completou. Questionado sobre quais seriam os principais problemas da reforma, Cintra foi direto na resposta.
“O ‘pecado capital’ é a junção de tributos estaduais e municipais. O nosso modelo federativo é um dos mais complexos do mundo, então juntar tudo isso é um problema muito complicado. O governo federal conseguiu deixar de fora os tributos da União, mas a insistência de juntar os tributos dos Estados com os dos municípios, vai gerar um problema estrutural operacional muito sério”, explicou o economista. Para Cintra, a PEC 46/2022 de Oriovisto Guimarães (PODEMOS/ PR) é uma opção melhor de reforma tributária porque respeita o pacto federativo, ao contrário das PECs 110/2019 de Davi Alcolumbre (DEM/AP) e a PEC 45/2019 de Baleia Rossi (MDB-SP). “Dá para fazer uma reforma ampla se patrocinada pelo governo, assim como em 1965 e não por grupos de interesse”, finalizou. O ‘Direto ao Ponto’ vai ao ar toda segunda-feira, às 21h30 (horário de Brasília).
Confira abaixo a íntegra da entrevista:
Jovem pan