Polícia UFC NA MATA GRANDE

Filho de ex-deputado briga com assassino de advogado dentro de presídio em MT

Após confusão, TJ suspendeu transferência de Bezerra para PCE

Por Comando da Notícia

22/07/2023 às 11:18:58 - Atualizado há

O desembargador do Tribunal de Justiça (TJMT), Pedro Sakamoto, vetou a transferência de Carlos Alberto Gomes Bezerra, preso na sala do Estado Maior da penitenciária Major Eldo de Sá, em Rondonópolis (216 Km de Cuiabá). Ele se envolveu numa briga com outro preso, e seria transferido para uma cela comum da Penitenciária Central do Estado (PCE), na capital.

De acordo com informações do processo, a 4ª Unidade Judiciária Criminal de Rondonópolis determinou a transferência à PCE depois de receber um ofício da penitenciária Major Eldo de Sá, que solicitou a medida. Carlos Alberto Gomes Bezerra é filho do ex-governador, ex-senador, ex-deputado federal, e "cacique" do MDB de Mato Grosso, Carlos Bezerra, e está preso depois de assassinar sua ex-companheira e o atual namorado da vítima, na capital, em janeiro de 2023.

O ofício da penitenciária Major Eldo Sá revela que o filho do ex-deputado federal chegou às "vias de fato" com o contador João Fernandes Zuffo, preso por suspeita de latrocínio contra o advogado João Anaídes Netto, morto no ano de 2021 em Juscimeira (162 KM de Cuiabá). Quando determinou a transferência na última sexta-feira (21), o juiz da 4ª Unidade Judiciária Criminal de Rondonópolis, João Filho Portela, explicou que a troca, desde o início – tendo em vista que Carlos Bezerra foi preso inicialmente na PCE -, não era "estritamente necessária".

Em sua avaliação, o filho do ex-deputado federal não poderia ter "regalias". "Com muito esforço da Unidade Judiciária e de atores processuais, bem assim do Conselho da Comunidade, foi edificada cela de prisão especial que se tornou referência de estrutura, conforto, adequação à legislação e respeito a direitos de pessoas privadas de liberdade. Contudo, não por isso, a pessoa privada pode se dar ao luxo de escolher a melhor cela para cumprir prisão provisória. Aliás, qualquer sistema que prestigia regalias é evidentemente inconstitucional por vilipendiar o princípio constitucional da isonomia", asseverou o juiz.

Os advogados de Carlos Alberto Gomes Bezerra, liderados por Francisco Faiad, ingressaram com um recurso contra o retorno à PCE na mesma sexta-feira, alegando que a decisão não ouviu a defesa sobre os fatos. Em sua análise, o desembargador Pedro Sakamoto concordou com os argumentos, e em caráter liminar suspendeu a transferência.

Assim, Carlos Alberto Gomes Bezerra permanece preso na sala de Estado Maior da penitenciária Major Eldo de Sá – uma cela destinada a "presos especiais", que oferece mais conforto e privacidade aos detentos. "Pertinente à colocação do impetrante, a respeito da possibilidade de prévia manifestação da defesa, estabelecendo-se o contraditório, bem como a viabilidade de apuração dos fatos que ensejaram a determinação da transferência do paciente, mediante instauração de processo administrativo disciplinar. Por fim, por medida de conveniência, entendo que não haverá demais prejuízos com a manutenção do paciente na unidade prisional em que se encontra, ao menos até o julgamento do mérito da presente ação constitucional", entendeu Sakamoto.

FEMINICÍDIO

Carlos Alberto Gomes Bezerra chocou a sociedade mato-grossense no dia 18 de janeiro deste ano quando executou, a tiros, a ex-namorada Thays Machado, morta aos 44 anos, e o atual companheiro da vítima, William César Moreno, que tinha 30 anos de idade.

Os crimes ocorreram em frente a um prédio de luxo em Cuiabá e teriam sido motivados por ciúmes do administrador de empresas, que não aceitava o fim do relacionamento amoroso. O delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), suspeita que as mortes tenham sido premeditadas.

O delegado também revelou que familiares de Thays Machado confirmaram que o filho do ex-governador é uma pessoa "extremamente ciumenta e possessiva".

João Fernandes Zuffo, que foi para a "trocação" com o filho do deputado federal, também é um "notório presidiário" da penitenciária Major Eldo de Sá. Alvo da operação "Flor do Vale", da Polícia Judiciária Civil (PJC), ele é suspeito de liderar uma quadrilha especializada no latrocínio contra donos de chácaras na região de Juscimeira. Uma de suas vítimas foi o advogado João Anaídes Netto, morto com um tiro na cabeça, à queima roupa, dentro de sua própria chácara.

O contador tem um imóvel no mesmo condomínio de chácaras onde ocorreu o latrocínio, e estava na propriedade na data do crime, chegando até mesmo a se passar por vítima do crime às autoridades.

Fonte: FOLHA MAX
Comunicar erro

Comentários Comunicar erro

Comando Geral BG

© 2024 Comando Geral BG - Todos os direitos reservados.

•   Política de Cookies •   Política de Privacidade    •   Contato   •

Comando Geral BG
Acompanhantes de Goiania Deusas Do Luxo