A dívida nacional dos Estados Unidos atingiu um novo recorde de US$ 33 trilhões, de acordo com um relatório diário do Departamento do Tesouro.
O site do relógio da dívida dos EUA em tempo real colocou o nível real da dívida em US$ 33,04 trilhões e a relação dívida/PIB em 122,4%.
Comentando a leitura, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que os custos dos juros da dívida atual são administráveis. No entanto, ela instou os legisladores a agirem rapidamente.
"O presidente [Joe Biden] propôs uma série de medidas que reduziriam nossos déficits ao longo do tempo, ao mesmo tempo que investiríamos na economia", disse ela à CNBC. "E isso é algo que precisamos fazer daqui para frente". Ela não detalhou essas medidas.
A dívida dos EUA disparou depois que Biden aprovou um projeto de lei no início de junho que removeu o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões por dois anos, permitindo efetivamente ao governo continuar a contrair empréstimos sem limites até 2024. O teto foi suspenso após repetidas advertências do Tesouro de que, a menos que a medida fosse tomada, o país não cumpriria suas obrigações.
Como resultado, a dívida aumentou para US$ 32 trilhões menos de duas semanas após a aprovação do projeto de lei, e tem crescido desde então. Em comparação, há quatro décadas, a dívida nacional era de cerca de US$ 907 bilhões. De acordo com as projeções do Escritório Orçamentário do Congresso, ao ritmo atual, a dívida nacional dos EUA está no bom caminho para quase dobrar de tamanho nas próximas três décadas.
Maya MacGuineas, presidente do Comitê para um Orçamento Federal Responsável (CRFB), diz que o último marco é preocupante.
"Os Estados Unidos atingiram um novo marco do qual ninguém se orgulhará: nossa dívida nacional bruta acaba de ultrapassar os US$ 33 trilhões. Entretanto, a dívida detida pelo público ultrapassou recentemente os US$ 26 trilhões. Estamos nos tornando insensíveis a esses números enormes, mas isso não os torna menos perigosos", disse ela à FOX Business.
Sua declaração foi repetida por Sean Snaith, economista da Universidade Central da Flórida, que disse ao meio de comunicação que a leitura é "um tiro de aviso na proa do governo dos EUA de que este precisa endireitar sua situação fiscal".
"Não se pode simplesmente gastar bilhões de dólares a mais do que se ganha em receitas todos os anos e não esperar consequências negativas", alertou.
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