Três meses depois de desistir da pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024, o deputado federal Ricardo Salles (PL) voltou a se articular para participar do pleito. O parlamentar e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), presidente de honra da sigla, se encontraram na semana passada em Brasília para tratar do assunto. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Salles falou sobre a reunião com Bolsonaro e criticou a candidatura de Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital paulista: “A direita, os conservadores e os liberais merecem ter uma candidatura que os represente, é uma parcela significativa do eleitorado que não pode estar sujeita a meras conjecturas de bastidor e negociações de bastidor, como sempre se fez na política brasileira. A minha conversa com o presidente Bolsonaro é a conversa de sempre, uma conversa de um ex-ministro com um ex-presidente absolutamente franca, amigável e leal. Eu disse ao presidente que entendo que nós precisamos ter uma candidatura própria, que o Ricardo Nunes não nos representa, nunca nos representou e não vai nos representar”.
“Ficou claro, pelas atitudes do atual prefeito, que ele quer os votos da direita e os votos do bolsonarismo, mas não quer proximidade, tem ‘nojinho’ da direita. Quer tudo o que a direita tem em termos de capital político, mas não quer se aproximar da direita, ou seja, a direita tem que ter uma candidatura própria”, declarou. Segundo interlocutores, durante a conversa, Bolsonaro não se manifestou contrário a ideia. O ex-presidente teria dito, inclusive, que uma candidatura pelo próprio PL seria uma possibilidade. Segundo Salles, ele gostaria de se candidatar pelo PL, por ser seu atual partido, mas esta decisão caberia com presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. No entanto, o parlamentar afirma que recuará da ideia se Bolsonaro optar por Nunes: “Se o presidente Bolsonaro entender que o candidato dele é o Nunes, evidentemente que não serei candidato”.
A respeito dos apoios que Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem dado a Ricardo Nunes, Salles afirma que o eleitorado do atual governador de São Paulo não se veria representado pelo atual prefeito: “Evidentemente que o governador de São Paulo tem muito peso, não só nessas questões partidárias, mas na própria eleição. É absolutamente legítimo que o Tarcísio, enquanto governador, tenha as suas escolhas pessoais. Agora, a direita, os conservadores, que foram aqueles que deram a vitória ao Tarcísio, têm suas próprias posições. A direita não enxerga o Ricardo Nunes como seu representante, a direita não reconhece no Ricardo Nunes o seu candidato para as próximas eleições”. O deputado também criticou a gestão de Nunes e suas movimentações às vésperas do ano eleitoral: “Estamos em uma cidade que tem R$ 35 bilhões em caixa e a cidade está péssima, e pior, nos 45 do segundo tempo [Ricardo Nunes] resolve fazer um monte de obra de recapeamento a toque de caixa, sabe se lá em que condições de contratação, e está tornando a cidade um verdadeiro caos para fazer uma espécie de maquiagem”.
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