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Geração Z lê menos, e tecnologia coopera para o desinteresse

Depois de iniciarmos a semana com mais uma triste notícia de invasão e tiroteio em uma escola de São Paulo, me questionei sobre a que ponto chegamos e o que está acontecendo com a chamada Geração Z.

Por Comando da Notícia

24/10/2023 às 13:44:25 - Atualizado há
Foto: Reprodução internet

Depois de iniciarmos a semana com mais uma triste notícia de invasão e tiroteio em uma escola de São Paulo, me questionei sobre a que ponto chegamos e o que está acontecendo com a chamada Geração Z. Você sabia que apenas 37% dos jovens se interessam por leitura de revistas e jornais, e o acesso à informação curta, de forma rápida, faz com que eles tendenciem a abreviar tudo, o que influencia na formação desse cidadão de maneira prejudicial? Segundo dados divulgados em estudo pela empresa de inteligência de mercado Quest, que traçou o perfil de consumo de diferentes faixas etárias, a geração Z é menos propensa à leitura e está mais conectada. “A tecnologia agiliza muitas coisas e faz com que o poder de consumo esteja em nossas mãos. As pessoas são capazes de mudar de opinião em fração de segundos e conquistar o que querem da forma que escolherem. Esta urgência faz com que as novas gerações façam tudo mais rápido. Logo, a comunicação entrou nesse jogo, onde a informação do Twitter, por ser mais rápida de ler, tem mais valor do que uma notícia bem trabalhada por um jornal. Com isso, também, podemos mencionar o hábito de abreviação, em que os adolescentes, em sua maioria, abreviam as palavras escritas para ganharem tempo”, comenta o educador Dr. Pedro Miranda, fundador do IPM Educação, um ecossistema de referência no ensino, com foco no resultado dos alunos e no aprendizado de alta performance que já contribuiu com milhares de aprovações nos mais importantes exames brasileiros. Ele diz que a urgência é o que mais afeta esta nova geração.

Em tese, nos resultados apresentados, percebe-se que 100% da geração Z participa de alguma rede social; 75% usa celular, sendo que apenas 16% navega na internet por esses aparelhos; e 60% se preocupa com a beleza do corpo e do rosto. Contudo, leem muito menos, e apenas 37% preferem jornais ou revistas. O especialista alerta que, para mudar o comportamento da geração que não se interessa por leitura, é importante adotar abordagens que despertem o interesse e a relevância para eles, como oferecer variedade de opções. “Disponibilize diferentes tipos de livros, revistas e quadrinhos, ou até mesmo conteúdos online para poderem escolher o que mais lhes agradam”, indica. Além disso, o profissional de aprendizagem diz que é fundamental estabelecer conexões com interesses pessoais, criar espaços de leitura agradáveis e estimular a leitura em grupo. “Mostre como a leitura pode ser relacionada aos assuntos que eles se interessam, seja esportes, música, moda, jogos, entre outros. Além disso, crie um ambiente aconchegante, com boa iluminação e conforto, para que se sintam motivados a passar tempo ali lendo, bem como, promovendo clubes de leitura, onde possam compartilhar suas experiências e discutir sobre os livros que leram”, orienta Miranda.

Ainda, segundo o educador, recursos multimídia e digitais, como audiolivros ou e-books interativos, podem ser mais atrativos para essa geração. Exemplos inspiradores também são uma forma de engajar. “Mostre histórias de pessoas de sucesso, que atribuem parte de seu êxito à leitura, como empresários, artistas ou cientistas”, ressalta. Outro fator que pode fazer a diferença, é incentivar a leitura em momentos do dia a dia, como durante viagens de transporte público, enquanto aguardam em filas, ou antes de dormir. Pedro Romanelli, advogado digital atuante e especialista em proteger o direito dos consumidores das redes sociais, ressalta que a geração chamada de conectada não pode esquecer que a internet não é mais “terra sem lei”. “Essa expressão costumava ser mais aplicável no passado, mas, hoje em dia, a internet está sujeita a várias leis e regulamentos em todo o mundo. No entanto, essa área ainda apresenta desafios únicos de aplicação devido à sua natureza global e à rapidez com que as tecnologias evoluem. E como a informação postada se propaga”, explica.

De acordo com o especialista, o direito digital está em constante evolução para lidar com questões como segurança cibernética, privacidade, crimes online e responsabilidade civil na rede. Portanto, embora a internet não seja uma “terra sem lei”, ainda existem áreas cinzentas e desafios no que diz respeito à regulamentação e à aplicação da lei online. Diante do número crescente de casos de violência e bullying na vida real, é preciso olhar para o cenário que acontece no mundo virtual, que, na maioria das vezes, alimenta o ódio e comportamento inconsequente, principalmente dos jovens.

A pedido da coluna, Romanelli listou dicas para manter o relacionamento digital saudável:

  • Seja respeitoso: mantenha a civilidade ao interagir com outras pessoas online, evitando o discurso de ódio e os ataques pessoais. Não entre em tabus, não ofensa classes de pessoas;
  • Proteja sua privacidade: esteja ciente das configurações de privacidade nas redes sociais e outras plataformas, limite a divulgação de informações pessoais e faça registros de como são seus perfis para produzir provas depois de eventual bloqueio;
  • Verifique informações: evite a disseminação de notícias falsas ou informações não verificadas. Verifique a fonte e a veracidade das informações antes de compartilhá-las;
  • Esteja ciente do cyberbullying: seja sensível ao impacto de suas palavras e ações online e denuncie-o sempre que presenciar;
  • Mantenha limites: estabeleça limites de tempo e desconecte-se quando necessário para manter um equilíbrio saudável entre o mundo online e o offline.

O que devo fazer para recuperar uma conta?

O direito digital está em constante evolução em todo o mundo, incluindo o Brasil. “Com o avanço da tecnologia e o aumento da atividade online, surgem novos desafios legais e questões que precisam ser abordadas. O Brasil tem visto mudanças significativas, inclusive em questões relacionadas a crimes cibernéticos, direitos autorais, privacidade online e responsabilidade na internet. À medida que a sociedade se adapta às mudanças tecnológicas, busca regulamentar questões relacionadas à internet e à segurança cibernética. É importante estar ciente dessas mudanças e buscar orientação jurídica quando acontecerem problemas”, complementa o advogado.

Resolvi fazer este texto como um alerta, já que hoje, para os jovens, principalmente, a vida virtual se mistura à real. Presenciamos que, inclusive, alguns infelizmente usam as redes sociais para expressar revolta, ódio e sentimentos nocivos, e isso pode, sim, desencadear ainda mais tragédias. É preciso acolher, ensinar, colocar limites e disciplinar certos comportamentos e ideias, a fim de termos um dia um mundo melhor e real para nossos filhos, netos e bisnetos. Meus sentimentos a todos os familiares das vítimas, aos alunos e aos envolvidos. Em conversa com uma fonte amiga, que já trabalhou em uma instituição ligada à segurança, ouvi o relato que mais me indignou e alertou sobre o ocorrido em Sapopemba, região leste de São Paulo. “Além de ter sido uma tragédia enorme, ver que os próprios alunos filmaram e compartilharam o cenário sangrento, não poupando nem a exibição do corpo da vítima fatal, me fez parar para pensar: o que vai ser de nós? Não é possível que um jovem não saiba o limite entre o certo e o errado quando se trata de vidas humanas. É uma falta de educação, respeito, dignidade e até amor ao próximo… Só agradeço a Deus por estar aposentada há dois anos porque me recordo já do quanto era difícil lidar com essa geração sem regras, sem consequências, que acha que pode tudo. Depois de hoje, então, apenas fiz uma oração para confortar o coração de todos porque foi o que nos restou”, me disse, com voz do choro ao telefone. E concordo em gênero, número e grau com a opinião dessa amiga querida. Que Deus tenha piedade de nós, que os pais estejam mais atentos ao que realmente importa, que a vida e a luz sejam o caminho escolhido pela maioria, ainda mais em tempos difíceis como os atuais.

Fonte: Jovem pan
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