Assim como todo o país, Mato Grosso (MT) está passando por uma retomada no incentivo à agricultura familiar, mas os desafios históricos do estado ainda persistem. É o que explica, em entrevista ao PNB Online, Nelson Borges, coordenador geral do escritório estadual do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Aquicultura Familiar, pasta retomada pelo governo Lula (PT).
A agricultura familiar e a reforma agrária desempenham papéis fundamentais no Estado de Mato Grosso, especialmente considerando a longa história de colonização e reforma agrária na região Médio Norte e Norte. Nelson Borges ressalta que a retomada do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar visa fortalecer as políticas de apoio à agricultura familiar, por meio do Plano Safra, que também foi recentemente retomado.
“Estamos retornando o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar exatamente para reforçar as políticas de apoio à agricultura familiar através do plano Safra e recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que foi retomado e direcionado à forma de movimento de produção da agricultura familiar. Também foi retomada a política nacional de reforma agrária”, destaca Borges.
Nelson destaca que a retomada do Plano Safra da Agricultura Familiar, com a redução de juros para a produção de alimentos, é um dos pontos cruciais nesse processo. O plano direciona recursos para os pequenos agricultores, agora caracterizados como agricultores familiares. Com a ampliação de mais de 34% no valor, essa iniciativa possibilita que agricultores individuais e em cooperativas acessem os recursos. Conforme o Governo Federal, estão sendo investidos R$ 71,6 bilhões em crédito rural com juros mais baratos para este público.
Borges destaca que a reconstrução do Ministério e a ampliação do Plano Safra contribuíram para estimular a produtividade e garantir melhores condições de acesso aos recursos, especialmente para mulheres, jovens, indígenas e quilombolas.
Em relação aos desafios, Nelson aponta a necessidade de promover a inclusão produtiva dos agricultores familiares. Em regiões como a Baixada Cuiabana, muitos agricultores não têm suporte para a produção, resultando em baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) em alguns municípios. O coordenador ressalta a importância de garantir recursos através do Plano Safra para fortalecer a produção e proporcionar equilíbrio na oferta de produtos.
“Nós temos projetos que garantem a permanência dos agricultores em sua área de produção, seja em assentamentos de reforma agrária ou em comunidades tradicionais. Isso garante a sua sobrevivência e, ao mesmo tempo, uma maior oferta de produtos para diferentes regiões”, explica Borges.
PBN Online