O ministério de Defesa de Taiwan anunciou, nesta sexta-feira, 8, que detectou a presença de um balão da China. De acordo com as informações, o objeto voador teria cruzado a fronteira entre a ilha autônoma e o continente a 187 km a sudoeste da cidade de Keelung, no norte de Taiwan, que viajou em direção ao leste por cerca de uma hora, cruzando o estreito antes de desaparecer. “Um balão da RPC (República Popular da China) foi detectado às 11h52 (00h52 no horário de Brasília) de ontem, após cruzar a fronteira do estreito de Taiwan”, afirmou o ministério. “Poderia ser uma sonda de balão ou um balão meteorológico que foi desviado para Taiwan devido aos ventos de monções”, disse, por sua vez, o ministro taiwanês de Defesa, Chiu Kuo-cheng. Um dispositivo deste tipo pode ser utilizado para coletar dados meteorológicos, acrescentou. Na véspera, o ministério anunciou a detecção de sete aeronaves chinesas que cruzaram a linha divisória do estreito às 19h30 (6h30 de quinta-feira no horário de Brasília).
Nos últimos anos, a China, que considera Taiwan como parte de seu território e pretende reivindicá-la, aumentou a pressão militar e política sobre esta ilha governada democraticamente. Embora o envio de aviões e navios por Taiwan seja quase diário, a atividade noturna da aviação chinesa e o aparecimento de um balão não são comuns. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, indicou por seu lado que “não tinha conhecimento” da situação. No começo do ano, as tensões entre China e Estados Unidos ficaram mais delicadas depois que um balão chinês foi identificado em território norte-americanos e abatido. Pequim disse que se tratava de um objeto de pesquisa, enquanto Washington classificou como uma operação de espionagem.
Esse episódio envolvendo o balão chinês acontece um mês antes das eleições presidenciais em Taiwan e pode ser um ponto a mais de tensão a relação entre a ilha autônoma e o continente. Nos últimos anos, está em alerta máximo em relação às atividades chinesas, tanto militares quanto políticas, antes de sua eleição, especialmente o que Taipé considera como os esforços de Pequim para interferir na votação para fazer com que os eleitores votem em candidatos que a China possa preferir. A ilha realizará eleições presidenciais e parlamentares em 13 de janeiro e a campanha tem se intensificado, sendo que a forma como o próximo governo lidará com as relações com a China será um dos principais pontos de discórdia. O vice-presidente taiwanês Lai Ching-te e sua companheira de chapa, Hsiao Bi-khim, do Partido Democrático Progressista, estão liderando as pesquisas. A China os vê como separatistas e tem rejeitado as ofertas de conversas feitas por Lai.
*Com agências internacionais
Jovem pan