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Política

Lula fecha ano com visita a 24 países, arrecada mais de R$ 3,8 bi ao Fundo Amazônia, mas falha em acordo com UE

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está convencido de que o Brasil já voltou a ser respeitado no cenário internacional.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está convencido de que o Brasil já voltou a ser respeitado no cenário internacional. O mandatário, que assumiu a Presidência da República em janeiro para o seu terceiro mandato, está satisfeito com as conquistas obtidas, principalmente no que diz repeito as relações internacionais. Como mostrou a reportagem da Jovem Pan, em maio o petista já era o chefe de Estado que mais tinha viajado desde a redemocratização do Brasil. Neste ano, Lula visitou 24 países, alguns mais de uma vez, e obteve ganhos nas questões ambientais, mas ficou marcado pela derrota no acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, algo que almejava alcançar durante a presidência brasileira no bloco. “Volto desta viagem muito convencido, depois da quantidade de contatos que tive, de que o Brasil voltou a ser um país respeitado”, declarou durante uma live, no começo de dezembro, após sua última viagem oficial ao exterior em 2023.

“Como é bom perceber que as pessoas querem conversar com o Brasil. Ver como as pessoas querem investir e discutir transição ecológica, energética e climática”, acrescentou o presidente, que visitou Argentina, Uruguai, Estados Unidos, China, Emirados Árabes Unidos, Portugal, Espanha, Reino Unido, Japão, Itália, França, Vaticano, Colômbia, Bélgica, Cabo Verde, Paraguai, África do Sul, Angola, São Tomé e Príncipe, Índia, Cuba, Arábia Saudita, Catar e Alemanha desde janeiro. Com o início do terceiro mandato do petista, o Fundo Amazônia, maior iniciativa do mundo para redução de emissão de gases do efeito estufa provenientes de desmatamento e degradação florestal, voltou a receber investimento, somando mais de R$ 3,8 milhões. As nações tinham interrompido os repasses de recurso durante os quatro anos do governo de Jair Bolsonaro.

Veja abaixo quanto empenhou cada país ao Fundo Amazônia:

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) posa com Emmanuel Macron após reunião bilateral "Ricardo Stuckert/PR

O balanço mostra que Lula teve êxito em parte de suas propostas, principalmente no que diz respeito as questões ambientais. Outros destaques do ano diplomático do Brasil reúnem o período à frente da presidência do Conselho de Segurança da ONU, bem quando explodiu a guerra entre Hamas e Israel, e a conquista de 12 dos 15 votos em uma resolução pelo fim do conflito, a presidência do G20 e o convite para participar da reunião no Egito e discutir soluções para a guerra no Oriente Médio. Porém, ao mesmo tempo, o mandatário deixou o país em saia justa ao proferir certas declarações, como insinuar que os Estados Unidos, segundo maior parceiro do Brasil, incentivava a guerra na Ucrânia; criticar o dólar como moeda mundial, e dar a entender que a ditadura na Venezuela, liderada por Nícolas Maduro, era uma ‘questão de narrativa’. Dentre os pontos negativos para o ano de Lula, se soma como fracasso a não assinatura do acordo entre União Europeia e Mercosul. Diante do fim da presidência do Brasil, no grupo americano, e da Espanha, no bloco europeu, ficou ainda mais distante de ser concretizado, uma vez que o Paraguai e Bélgica, próximos presidentes dos blocos, respectivamente, não demonstram interesse em dar continuidade às tratativas para o acordo comercial que há anos se arrasta.

Lula e Xi Jinping se encontraram em Pequim, capital da China "Ricardo Stuckert/PR/Divulgação

Por outro lado, Lula também tinha como um dos objetivos ser mediador da guerra na Ucrânia, e chegou a apresentar um plano de paz, mas viu a oportunidade desaparecer durante a cúpula do G7, realizada em Hiroshima, no Japão. Na ocasião, o chefe de Estado do Brasil não se encontrou com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o que impossibilitou o avanço das intermediações pelo fim da guerra. A reunião veio a acontecer apenas em setembro, em Nova York, durante a reunião da Assembleia-Geral da ONU), Organização das Nações Unidas. Com a possibilidade de mediar um conflito na Europa longe da realidade, o presidente brasileiro ganhou uma chance nas últimas semanas, com a tensão entre Guiana e Venezuela, de manter a força e o protagonismo do Brasil na América do Sul e desenvolver uma ativa diplomacia preventiva de conflitos. Para 2024, o petista idealiza um cenário diferente, com menos viagens internacionais e maior foco no Brasil. Ainda assim, durante o programa Conversa com o Presidente, o mandatário declarou que há duas viagens que ele deseja fazer em 2024: a primeira para a reunião da União Africana, com 54 países, que vai ser na Etiópia, e a segunda para um encontro dos países do Caricom (Comunidade do Caribe), na Guiana. “Quero participar, porque tenho interesse de falar para eles sobre democracia, sistema ONU, financiamento”, antecipou.

Jovem pan

Mundo Política Fundo Amazônia Lula Mercosul ONU União Europeia

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