O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinaram, nesta quarta-feira, 20, um acordo de cooperação técnica para a realização de ações de capacitação de mão de obra no sistema prisional de todo o país.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinaram, nesta quarta-feira, 20, um acordo de cooperação técnica para a realização de ações de capacitação de mão de obra no sistema prisional de todo o país. A assinatura foi feita pelo diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, pelo presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, também assinou o acordo. O objetivo da iniciativa é estimular a reinserção profissional e social de presos por meio da educação, além de contribuir para a segurança alimentar e fomentar novos canais de comercialização de produtos agrícolas. A ideia é contemplar presos que cumprem regime fechado, aberto e semiaberto, com cursos de capacitação e formação (técnica e superior), principalmente na modalidade a distância, oferecidos pelo Senar.
O diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, lembrou que há 30 anos o Senar trabalha com qualificação profissional no campo, mas que ainda falta mão de obra especializada: “Temos pessoas com vontade e capacidade de aprender, e temos empresários precisando dessas pessoas. Podemos também capacitar produtores que possam fornecer alimentos de qualidade a preços atrativos ao sistema prisional, mas também capacitar os próprios apenados a produzir alimentos dentro das unidades prisionais”. A proposta é implantar projetos pilotos em quatro Estados, em um primeiro momento, e a intenção é impactar 400 mil pessoas do sistema prisional em três anos.
O ministro Luís Roberto Barroso falou que a parceria com o Senar é fundamental não só para oferecer capacitação dos internos na produção dos seus próprios alimentos, mas também para ajudar na empregabilidade dos detentos quando terminarem de cumprir a sua pena e, assim, conseguirem melhores oportunidades no mercado de trabalho. "Investir no sistema penitenciário é, na verdade, investir em segurança pública, diminuir a reincidência e melhorar a vida dessas pessoas que foram condenadas à privação de liberdade", ressaltou. A parceria vai também estimular a criação de hortas dentro de presídios do país, onde os detentos serão capacitados pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar e receberão o acompanhamento de técnicos de campo. As hortaliças produzidas nas unidades serão consumidas nos próprios locais.