A cidade de Nova York declarou as redes sociais como um perigo para a saúde mental dos jovens, tornando-se a primeira grande cidade dos Estados Unidos a tomar uma medida desse tipo. O prefeito Eric Adams disse que empresas como TikTok, YouTube e Facebook estão alimentando uma crise de saúde mental ao projetar suas plataformas com recursos viciantes e perigosos.
O relatório de saúde mental que apoiou Adams mostra que 77% dos alunos do ensino médio passam três horas ou mais por dia na frente de uma tela em seu tempo livre. Um estudo anterior do departamento, em junho deste ano, entrevistou 150 participantes que disseram que as redes sociais estavam minando sua autoestima, seus relacionamentos sociais e sua capacidade de gerenciar seu tempo de forma eficaz.
O relatório inclui conselhos para professores, tutores e pais, como não dar um telefone celular para crianças menores de 14 anos, desabilitar as redes sociais nos primeiros telefones celulares e limitar o uso dos telefones nas horas vagas.
O professor Ofir Turel, da Universidade de Melbourne (Austrália), que estuda os efeitos da tecnologia no comportamento, elogiou a recomendação da cidade de Nova York por reconhecer os possíveis riscos das redes sociais sem pedir sua completa eliminação.
Turel apontou entre os possíveis males das redes sociais “a imagem corporal, a comparação social, a depressão e o uso viciante” e defendeu o que denominou “modelo de regulamentação alimentar”, que incentiva hábitos saudáveis por meio de abordagens como etiquetas nutricionais nos alimentos, em vez de impor restrições. “Embora não o façamos muito bem, muitas pessoas conseguem ter uma ingestão de alimentos algo saudável. O mesmo ocorre com as redes sociais”, afirma. “Apenas precisamos de conhecimento e incentivos”.
Não está claro em que se traduzirá essa designação nem quais ferramentas a prefeitura tem para agir contra as redes sociais, que estão nas mãos das empresas mais poderosas do país, como as grandes empresas de tecnologia.
GAZETA BRASIL