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Argentina retira sigilo de documentos cruciais sobre atentado na associação judaica AMIA

A Justiça argentina levantou o sigilo de um documento crucial relacionado aos ataques que resultaram na morte de mais de 80 pessoas na sede da associação judaica AMIA, em Buenos Aires.

Por Comando da Notícia

19/06/2024 às 21:23:25 - Atualizado há
Foto: Swissinfo

A Justiça argentina levantou o sigilo de um documento crucial relacionado aos ataques que resultaram na morte de mais de 80 pessoas na sede da associação judaica AMIA, em Buenos Aires. O documento revela que os explosivos utilizados no atentado passaram pelo Brasil.

Segundo relatos da imprensa argentina, o documento indica que um cidadão iraniano residente na Argentina, se apresentando como agente cultural, tinha conexões no Paraguai, Chile e Brasil que facilitaram a preparação do ataque terrorista. O atentado foi perpetrado por meio de uma bomba detonada por um motorista suicida, recrutado pelo Hezbollah com apoio do Irã, conforme afirmado pela Argentina.

O relatório datado de 2003 detalha que estudantes iranianos viajaram até a Venezuela para adquirir os explosivos, que foram transportados por via marítima até o Brasil, atravessaram uma parte do território brasileiro em direção ao Paraguai e finalmente chegaram a Buenos Aires.

O atentado ocorreu em 18 de julho de 1994 na AMIA, causando a morte de 85 pessoas e deixando mais de 300 feridos. A Justiça argentina solicitou ao Irã a extradição de sete indivíduos, porém sem sucesso, pois o país negou qualquer envolvimento no caso.

A decisão de levantar o sigilo afeta apenas uma parte do arquivo, que resume as descobertas do serviço de inteligência argentino com colaboração dos Estados Unidos. Outras seções contêm nomes de testemunhas e informantes ainda vivos, cuja segurança poderia ser comprometida se todo o conteúdo fosse divulgado.

Recentemente, a Argentina foi condenada pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por atrasar as investigações, infringindo os direitos das vítimas. O tribunal determinou que o país acelere o processo judicial e divulgue documentos relacionados ao caso, uma decisão celebrada pelos familiares das vítimas.

Fonte: GAZETA BRASIL
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