O Brasil alcançou um novo recorde de inadimplência empresarial em maio de 2024, com 6,9 milhões de empresas registrando dívidas, segundo dados da Serasa Experian.
O Brasil alcançou um novo recorde de inadimplência empresarial em maio de 2024, com 6,9 milhões de empresas registrando dívidas, segundo dados da Serasa Experian. Este número é o mais alto desde o início da série histórica em 2016.
De acordo com o levantamento, a dívida total das companhias atingiu R$ 143,9 bilhões, também um recorde. Em média, cada CNPJ inadimplente acumulou sete contas negativadas em maio.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que a estabilização das taxas de juros pode não ter sido mantida em maio, impactando especialmente os débitos de longo prazo. "Empresas endividadas a longo prazo enfrentam maior risco. O incremento nas taxas de juros pode resultar em pagamentos mais elevados, complicando a gestão financeira. A incapacidade de refinanciar ou renegociar essas obrigações pode levar à inadimplência", destacou Rabi.
Além disso, a valorização do dólar adiciona pressão financeira às empresas, principalmente aquelas que importam insumos ou produtos finais. "O fortalecimento do dólar encarece essas importações, impactando as margens de lucro e prejudicando a liquidez para cumprir com as obrigações financeiras", alertou o economista.
O setor de Serviços foi o mais afetado em maio, representando 55,6% do total de empresas inadimplentes. Em seguida, o setor de Comércio registrou 35,9%, Indústrias 7,4%, Setor Primário 0,8% e Outros 0,3% – categoria que inclui empresas Financeiras e do Terceiro Setor.
Em relação à natureza das dívidas, a maior parte pertence à categoria “Outros” (28,8%), que inclui contas com Indústrias, Terceiro Setor e Primário. O setor menos impactado pela inadimplência foi o de Securitizadoras, com 0,9%.
Os cinco estados com mais empresas inadimplentes em maio foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Por outro lado, os estados com menos registros de contas em atraso foram Piauí, Tocantins, Amapá, Acre e Roraima.