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Número de Mortos em Protestos Contra Maduro na Venezuela Chega a 23

Pelo menos 23 pessoas morreram na Venezuela após uma semana de protestos contra a fraude eleitoral cometida pelo regime de Nicolás Maduro no dia 28 de julho, de acordo com dados registrados pelo Monitor de Vítimas.

Por Comando da Notícia

06/08/2024 às 01:56:52 - Atualizado há
Foto: Gazeta Brasil

Pelo menos 23 pessoas morreram na Venezuela após uma semana de protestos contra a fraude eleitoral cometida pelo regime de Nicolás Maduro no dia 28 de julho, de acordo com dados registrados pelo Monitor de Vítimas.

As manifestações, que começaram na madrugada de segunda-feira, 29, depois que Maduro foi anunciado como vencedor da eleição de forma irregular, foram severamente reprimidas pelas forças do regime.

Segundo o relatório da plataforma que se baseia em meios independentes, ONGs e hospitais, pelo menos uma das vítimas era menor de idade; 14 eram jovens entre 18 e 30 anos, cinco tinham entre 31 e 43 anos, e os outros três ainda não foram identificados.

Milhares de pessoas foram às ruas de forma pacífica desde que o regime chavista se autoproclamou vencedor das eleições de 28 de julho sem apresentar qualquer tipo de comprovação dos números que alegam. Os protestos em vários estados resultaram em episódios de violência quando as forças de segurança do chavismo e grupos de choque tentaram impedir o direito dos cidadãos de se manifestarem.

Durante a semana, o número de feridos e lesionados chegou a centenas, assim como os perseguidos e detidos, que estão sendo acusados de terrorismo, de acordo com a ONG Foro Penal.

Esta ONG, que lidera a defesa dos considerados presos políticos no país, identificou um "padrão claro" nas 1.010 detenções registradas desde 29 de julho até às 10:00 (hora local) de segunda-feira, relacionado com a imputação de delitos, incluindo também "incitação ao ódio", conforme informou Gonzalo Himiob, vice-presidente do Foro.

O advogado explicou que, além disso, há uma "pré-qualificação de crimes sem sequer ter havido investigação", pois essas averiguações, "em todo caso, estão começando", e ainda "não haveria espaço para avaliar elementos de convicção que permitissem dizer se se trata de um crime ou outro".

Segundo as autoridades chavistas, há cerca de 2.000 detidos, e em muitos dos casos informados pelo procurador-geral, Tarek William Saab, as pessoas são acusadas de "terrorismo" por sua participação em eventos "violentos".

De acordo com Himiob, as detenções foram "indiscriminadas" e ocorreram "durante" e "depois" das manifestações, com relatos também de pessoas que "nem sequer estavam participando" delas.

Nesse sentido, Saab afirmou que, após as investigações necessárias, serão liberados aqueles que forem comprovadamente inocentes em relação à violência nas protestas, embora não se saiba em que ponto está o processo, nem se algum dos detidos já foi liberado.

O vice-presidente do Foro Penal também apontou que, em "quase todos os casos", as audiências de apresentação foram realizadas "nos próprios centros de detenção" onde os detidos se encontram, e "não nos tribunais", muitas vezes por "videoconferência" com o juiz.

Além disso, "quase na totalidade dos casos, as pessoas foram apresentadas com um defensor público imposto", acrescentou o advogado.

O primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e considerado número dois do chavismo, Diosdado Cabello, afirmou nesta segunda-feira que "todas as pessoas detidas estão sendo apresentadas por atos de terrorismo e crimes de ódio".

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro foi reeleito com 51,95% dos votos, enquanto o candidato da oposição majoritária, Edmundo González Urrutia, obteve 43,18% dos votos, com 96,87% das atas apuradas, que ainda não foram publicadas.

A principal coalizão de oposição – a Plataforma Unitária Democrática (PUD) – insiste que o vencedor foi seu candidato, González Urrutia, com base em 81,7% das atas que afirma ter obtido por meio de testemunhas e membros de mesa.

(Com informações da EFE)

Fonte: GAZETA BRASIL
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