Foram feitas montagens com a foto de alunos adolescentes e de professores, usando os rostos deles em imagens de nudez
Quatro alunos foram expulsos do Colégio Adventista Centro América, em Cuiabá, após cometerem ações de ciberbullying divulgando "falsos nudes" de outros estudantes, gerados por Inteligência Artificial (IA). A expulsão foi confirmada pela escola nesta terça-feira (24).
De acordo com quatro boletins de ocorrência registrados na Polícia Civil, foram feitas montagens com a foto de adolescentes e de professores, usando os rostos deles em imagens de nudez, através da IA. Essa fotos foram divulgadas em grupos de alunos. Segundo a comunidade escolar, foram vítimas alunos de 12 a 16 anos.
A princípio, os alunos identificados como responsáveis são do 7° ano. No entanto, a escola apura o envolvimento de outros estudantes. Conforme a comunidade, mais de 30 adolescentes foram expostas nas imagens falsas. As fotos teriam começado a rodar pelos grupos desde agosto, mas os pais das vítimas só tiveram acontecimento na semana passada.
Ao se inteirar do caso, o Colégio Centro América informou que o Conselho de Ética iria apurar a situação. Nesta segunda (23), por meio de nota, a instituição informou que os responsáveis pela criação e compartilhamento do conteúdo vexatório foram submetidos à transferência compulsória, termo jurídico utilizado para a expulsão/desligamento dos alunos de toda a rede Adventista.
"Além disso, a escola tem oferecido apoio às vítimas da deepfake e já possui programas regulares de combate à violência e ao bullying. Um exemplo disso são as reuniões semanais que acontecem em todas as unidades da rede Adventista, onde temas como valorização, ética estudantil e moral são abordados por profissionais capacitados, em conjunto com os alunos", diz trecho da nota.
O colégio ainda continuará apurando o envolvimento de outros alunos e tomará as medidas cabíveis.
"Salientamos que a Instituição Adventista repudia qualquer ato de violência ou ciberbullying, tanto dentro quanto fora de seus domínios, e está sempre vigilante na proteção da integridade física e moral dos seus alunos e colaboradores. Ressaltamos também que o caso está sendo acompanhado por órgãos públicos competentes", conclui a nota.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada do Adolescente (DEA) de Cuiabá.