Um estudo está em andamento para investigar se uma única aplicação de Botox pode melhorar os sintomas de disfunção erétil (DE) em homens com diabetes, que costumam ser menos responsivos aos tratamentos convencionais para a condição.
Um estudo está em andamento para investigar se uma única aplicação de Botox pode melhorar os sintomas de disfunção erétil (DE) em homens com diabetes, que costumam ser menos responsivos aos tratamentos convencionais para a condição.
A disfunção erétil, que é a incapacidade de alcançar e manter uma ereção, afeta cerca de metade dos homens entre 40 e 70 anos, em algum grau. As causas incluem o estreitamento dos vasos sanguíneos que irrigam o pênis, o que pode estar associado a doenças cardíacas e colesterol alto.
Os homens com diabetes apresentam maior risco de desenvolver DE, pois seus corpos não conseguem controlar os níveis de açúcar no sangue de forma eficaz. O aumento da glicose no sangue pode danificar os vasos sanguíneos e os nervos responsáveis pela ereção.
Os medicamentos do tipo Viagra, conhecidos como inibidores de PDE5, tratam a disfunção erétil aumentando os níveis de óxido nítrico, que dilata os vasos sanguíneos e permite um melhor fluxo sanguíneo. Os efeitos desses medicamentos duram até quatro horas.
Embora ajudem em cerca de 70% dos casos, esses medicamentos não são adequados para homens que usam nitratos (medicação para angina), para aqueles com problemas hepáticos ou que sofreram um acidente vascular cerebral recentemente.
Os participantes do novo estudo incluem homens com disfunção erétil severa ou aqueles para quem os medicamentos do tipo Viagra não funcionaram.
A toxina botulínica (o composto ativo encontrado nas aplicações de Botox) bloqueia os sinais dos nervos que fazem os músculos se contraírem. Pesquisas anteriores sugeriram que o Botox poderia ajudar na disfunção erétil, pois relaxa os músculos ao redor dos vasos sanguíneos que irrigam o pênis, melhorando o fluxo sanguíneo. Além disso, ele impede a liberação da norepinefrina, um mensageiro químico que reduz o fluxo sanguíneo.
Os 32 homens que participam do novo estudo receberão uma única injeção de toxina botulínica e tomarão um comprimido contendo 5 mg de tadalafil, um inibidor de PDE5, diariamente por três meses.
Esse estudo segue uma pesquisa anterior com 216 homens, a maioria dos quais não respondeu aos medicamentos do tipo Viagra. No início desse estudo, os homens receberam duas injeções de Botox, uma em cada uma das duas câmaras esponjosas que percorrem o comprimento do pênis e se enchem de sangue para criar uma ereção (cremes ou géis anestésicos foram aplicados antes).
Após a primeira injeção, houve uma melhoria significativa em 85% dos homens com disfunção erétil leve, 79% daqueles com DE moderada e 64% dos que apresentavam DE severa. Ao longo dos seis anos seguintes, novas injeções foram realizadas a pedido dos participantes, e a taxa de resposta aumentou a cada repetição (ainda não está claro o porquê).
Os resultados do novo estudo, que está sendo realizado na Universidade de Aswan, no Egito, são esperados para o próximo ano.
Comentando sobre o estudo, o professor Raj Persad, urologista consultor da Bristol Urology Associates, afirmou: "O uso de Botox parece ser atraente, pois, embora envolva uma injeção em cada lado do pênis, evita a complexidade do uso de dispositivos de ereção a vácuo, que podem não funcionar, ou agentes farmacológicos que precisam ser injetados antes de cada encontro sexual. Se os resultados do estudo forem confirmados na prática clínica cotidiana, essa abordagem pode proporcionar maior flexibilidade no tratamento da disfunção erétil."
Além disso, um estudo publicado na revista Translational Andrology and Urology sugere que homens cuja dieta é rica em vitamina B6 — encontrada em alimentos como peixes, grão-de-bico e cereais enriquecidos — têm menor probabilidade de apresentar disfunção erétil. A análise de dados de 3.875 homens revelou que aqueles que consumiram os níveis mais altos da vitamina apresentaram um risco 23% menor de DE. Acredita-se que as vitaminas do complexo B reduzam os níveis de homocisteína, um aminoácido que pode danificar as artérias e reduzir o fluxo sanguíneo.