Desembargador revela que celular na cadeia chega custar R$ 20 mil em MT

O desembargador Orlando de Almeida Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), revelou que aparelhos de telefone celular, nos presídios do Estado, chegam a custar mais de R$ 20 mil. O magistrado, que é supervisor de fiscalização e monitoramento do sistema prisional mato-grossense, destacou ainda que é favorável ao endurecimento de medidas, como por exemplo a implantação de aparelhos, como scanner, nos presídios.

No mês de outubro, a Secretaria de Estado de Segurança Pública endureceu a fiscalização sobre o uso de telefones celulares em presídios. Foram deflagradas duas operações, dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), maior unidade prisional de Mato Grosso. Somente na segunda etapa, foram apreendidos 71 dispositivos dentro das celas, em sua maioria, de integrantes do Comando Vermelho.

Perri afirmou que é necessária uma fiscalização ainda mais rigorosa, como o uso de scanners em todos os que adentrarem ao sistema prisional, independente de quem seja. O desembargador destacou que até mesmo autoridades, como magistrados, integrantes do Ministério Público e até mesmo o governador, caso visite uma unidade, passe pelo dispositivo.

"Defendo uma rigorosa fiscalização na entrada do sistema prisional e que juiz, promotor e até mesmo o governador passe por scanner. Todos devem ser vistoriados na entrada dos nossos presídios. Nós sabemos que não são apenas os visitantes, familiares e amigos dos reeducandos que introduzem celulares. Lamentavelmente, existe corrupção dentro do sistema prisional", afirmou.

O desembargador explicou ainda que não adianta apenas retirar tomadas de dentro das celas, tendo em vista que os reeducandos efetuam gambiarras para fazerem as instalações elétricas. Perri, que opinou favoravelmente a instalação de câmeras de segurança no entorno dos cubículos, revelou ainda que um celular, dentro de um presídio, possui um alto valor.

"Dentro do sistema prisional, temos os Macgyvers. O preso, tem uma criatividade grande. As informações que temos, dão conta de que um celular na cadeia varia de R$ 5 mil a R$ 20 mil, se não for mais", afirmou Perri, em vídeo publicado pelo site Olhar Direto.