Depois de atingir o marco histórico de R$ 6,20 na manhã desta terça-feira (17), o dólar encerrou o dia negociado a R$ 6,09, em um movimento de estabilização puxado pela atuação do Banco Central e por notícias do Congresso. Enquanto isso, o Ibovespa registrou alta de mais de 1%, alcançando 124.805 pontos no período da tarde, acompanhando o sentimento positivo para ativos brasileiros.
A sessão foi marcada pela forte volatilidade da moeda americana, levando o Banco Central a realizar intervenções significativas para conter a disparada do câmbio. Ao longo do dia, a autoridade monetária vendeu um total de US$ 3,287 bilhões em duas rodadas de leilões à vista. No período da tarde, foram colocados US$ 2,015 bilhões no mercado, com 22 propostas aceitas a uma taxa de R$ 6,15 por dólar. Pela manhã, o BC já havia injetado US$ 1,272 bilhão no sistema.
O mercado também reagiu às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que confirmou o início da votação do pacote fiscal do governo ainda nesta tarde. Apesar disso, as medidas propostas, que incluem cortes de gastos e a ampliação da isenção do Imposto de Renda, continuam gerando desconfiança no mercado financeiro, sendo apontadas como um dos motivos para a pressão cambial recente.
Outro fator que influenciou o comportamento do dólar foi a publicação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento confirmou o aumento da taxa básica de juros para 12,25% ao ano e indicou a possibilidade de novas elevações de 1 ponto percentual nas próximas reuniões, previstas para 2025. Essa perspectiva reforça o compromisso do Banco Central com o controle da inflação, mas também adiciona pressão sobre a economia brasileira.
Na segunda-feira (16), o dólar já havia encerrado em R$ 6,094, refletindo a apreensão em torno do pacote fiscal e do cenário de juros elevados. A sequência de recordes na cotação da moeda americana evidencia o impacto das incertezas econômicas e políticas no mercado cambial brasileiro.
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