O dólar comercial fechou o preço desta sexta-feira (20) em queda de 0,81%, cotado a R$ 6,072 na venda. A moeda americana registrou variação entre R$ 6.048 e R$ 6.114 durante o dia, com a intervenção do Banco Central, que fez quatro leilões de US$ 7 bilhões para conter a alta. Desde o anúncio do pacote de corte de gastos no final de novembro, o dólar acumulou uma série de altos e baixos, incluindo o pico histórico registrado na última quarta-feira (18), quando a cotação chegou a R$ 6.267.
O impacto das novas medidas fiscais no mercado foi destacado após a divulgação de um vídeo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao lado de sua equipe econômica, o presidente reforçou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e garantiu que "novas medidas" de corte de gastos não sejam descartadas. Lula também tranquilizou o mercado quanto à autonomia do Banco Central, que passará a ser comandado por Gabriel Galípolo a partir de 1º de janeiro. Galípolo, que participou da gravação, foi elogiado por Lula, que destacou o papel do BC na estabilidade econômica do país e negou qualquer possibilidade de interferência no órgão.
Apesar das despesas, o Congresso Nacional aprovou o pacote fiscal, embora algumas propostas tenham sido desidratadas, com impacto estimado de R$ 1 bilhão a menos nos próximos dois anos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliou que, apesar das mudanças, o governo seguirá com uma economia projetada de R$ 70,9 bilhões, um valor abaixo dos R$ 71,9 bilhões inicialmente previstos.
A aprovação do pacote fiscal no Congresso, juntamente com os leilões de divisas do Banco Central, ajudaram a reduzir a pressão sobre o mercado financeiro e proporcionaram um dia de otimismo na Bolsa brasileira. O Ibovespa, principal índice da B3, operou em alta de 0,53% no final da tarde, com 121.828 pontos.
GAZETA BRASIL