Nesta quinta-feira (6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou em suas redes sociais um áudio de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, no qual o militar critica a atuação da Polícia Federal (PF) e do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. A divulgação acontece no mesmo dia em que Bolsonaro deve se manifestar sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República relacionada ao caso.
No áudio, revelado inicialmente pela revista "Veja" em março de 2024, Mauro Cid faz duras críticas à condução das investigações, afirmando que foi pressionado a concordar com a narrativa da PF para não perder o acordo de delação. "Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo", diz o ex-ajudante de ordens.
"Mauro Cid declara em áudio que foi pressionado a concordar com a narrativa da PF ou perderia o acordo como delator" pic.twitter.com/AJ6lOGgQEe
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 6, 2025
Ele também acusa a PF de já ter uma "narrativa pronta" e que os investigadores não estavam interessados na verdade, mas apenas em confirmar a versão deles. "Eles queriam que confirmasse a narrativa deles", completou Mauro Cid na gravação.
Após a divulgação do áudio, o militar foi preso novamente em 22 de março de 2024 por determinação de Moraes. No entanto, foi libertado quase um mês e meio depois, em 3 de maio, por decisão do próprio ministro, que manteve integralmente o acordo de delação de Mauro Cid.
O ex-presidente Bolsonaro acompanhou a situação de perto e, ao compartilhar o áudio, escreveu na legenda: "Mauro Cid declara em áudio que foi pressionado a concordar com a narrativa da PF ou perderia o acordo como delator."
GAZETA BRASIL