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Plástico no cérebro: estudo revela acúmulo preocupante de partículas no órgão humano

Nos últimos anos, a presença de microplásticos no meio ambiente deixou de ser uma preocupação exclusiva dos oceanos para se tornar um problema de saúde pública global.


Foto: Gazeta Brasil

Nos últimos anos, a presença de microplásticos no meio ambiente deixou de ser uma preocupação exclusiva dos oceanos para se tornar um problema de saúde pública global.

Pesquisas recentes citadas pela New York Magazine revelaram que essas partículas minúsculas não apenas poluem a água, o ar e os alimentos, mas também se acumulam em órgãos humanos, incluindo o cérebro. Um estudo liderado pelo toxicologista Matthew Campen, da Universidade do Novo México, mostrou que o cérebro humano contém plástico equivalente a uma colher descartável. A análise de tecidos cerebrais apontou um aumento de 50% na presença de microplásticos nos últimos oito anos, alinhado ao aumento da produção e uso de plásticos no mundo.

Utilizando uma técnica avançada, os pesquisadores detectaram nanoplásticos (partículas menores que os microplásticos) e descobriram que o cérebro acumula até 30 vezes mais plástico do que órgãos como fígado e rins, possivelmente devido ao alto conteúdo de gordura no cérebro, que favorece a aderência de plásticos. O tipo mais comum encontrado no cérebro foi o polietileno, usado em garrafas, sacolas e utensílios descartáveis. Isso reforça a preocupação com a bioacumulação de plásticos nos tecidos humanos e seu possível impacto na saúde.

Embora o impacto exato dos microplásticos no corpo humano ainda não seja totalmente compreendido, estudos em animais e células sugerem efeitos alarmantes. Cientistas identificaram dois mecanismos principais de dano: inflamação e disfunção celular, que podem resultar em doenças cardiovasculares, câncer e deterioração cognitiva; e a liberação de produtos químicos tóxicos como bisfenóis e ftalatos, que afetam o sistema endócrino e podem contribuir para problemas reprodutivos, infertilidade e distúrbios no desenvolvimento infantil.

Além disso, a presença de microplásticos tem sido associada a doenças como problemas cardíacos, disfunção erétil e redução da qualidade do esperma. Um estudo na Itália encontrou microplásticos em 58% dos pacientes com obstruções arteriais, aumentando significativamente o risco de infartos e derrames.

Os microplásticos estão presentes em praticamente todos os ambientes, incluindo no gelo polar, sedimentos geológicos e até na atmosfera. Estima-se que, a cada ano, o equivalente a 5 bilhões de garrafas plásticas caia sobre os Estados Unidos na forma de microplásticos. Eles afetam a cadeia alimentar, sendo encontrados em produtos como água engarrafada, sal marinho, frutos do mar, peixe, mel e produtos agrícolas, além de estarem presentes na placenta humana, nos pulmões, no leite materno e em amostras de sêmen e urina.

Apesar da crescente evidência sobre o impacto dos microplásticos, a produção de plásticos continua aumentando. Para 2060, espera-se que a produção global de plásticos triplique. Recentemente, um tratado internacional para regular os produtos químicos nos plásticos foi discutido na Coreia do Sul, mas as negociações fracassaram devido à falta de consenso entre os países. A comunidade científica insiste na necessidade de medidas urgentes, semelhantes à proibição do chumbo na gasolina, para evitar consequências irreversíveis para a saúde pública.

A nível individual, os especialistas recomendam hábitos que ajudem a reduzir a exposição aos microplásticos, como evitar plásticos de uso único, utilizar filtros HEPA para reduzir a exposição a microfibras no ar, não aquecer alimentos em recipientes plásticos e optar por produtos naturais, minimizando o consumo de alimentos ultraprocessados. No entanto, os cientistas alertam que esses esforços individuais não serão suficientes sem a implementação de regulamentações que reduzam drasticamente a produção e o uso de plásticos desnecessários.

GAZETA BRASIL

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