O pai de Vitória Regina Sousa, adolescente de 17 anos encontrada morta em Cajamar, na Grande São Paulo, foi incluído como suspeito no caso de seu assassinato. Carlos Alberto Sousa passou a ser investigado no último domingo, 9, quatro dias após o corpo de sua filha ser encontrado em uma área de matagal, com sinais de tortura e brutalidade.
De acordo com a Polícia Civil de Franco da Rocha, que investiga o crime, Carlos teria apresentado “comportamento estranho” nos dias seguintes à descoberta do corpo. Além disso, o inquérito revelou que, após o assassinato, o pai de Vitória pediu um terreno ao prefeito de Cajamar, Kauan Berto (PSD), em um encontro com o político, o que levantou suspeitas sobre sua conduta. Carlos também deixou de buscar Vitória no trabalho no dia do crime, alegando que o carro estava na oficina.
Outro ponto que chamou a atenção da polícia foi a omissão de Carlos quanto às ligações feitas à filha na madrugada do desaparecimento, em 27 de fevereiro, e a falta de menção sobre o desejo da jovem de mudar-se de casa, após supostas brigas familiares. Em entrevista ao jornalista Roberto Cabrini, do SBT, Carlos negou ter ocultado informações e afirmou que, como pai, tentou entrar em contato com a filha ao perceber seu desaparecimento.
As investigações apontam ainda uma relação conturbada entre Vitória e seus pais, com possíveis envolvimentos de seu relacionamento com o ex-namorado, Gustavo Vinicius Moraes, de 26 anos, outro suspeito. Gustavo, que já foi interrogado, alegou inicialmente que não recebeu as mensagens de Vitória pedindo uma carona no dia do crime, mas a triangulação de antenas de celular mostrou que ele estava próximo ao local do desaparecimento por volta da meia-noite.
No último sábado, 8, a polícia prendeu Maicol Antônio Sales dos Santos, de 27 anos, proprietário do carro Toyota Corolla que foi visto nas proximidades do local do sequestro de Vitória. Maicol, vizinho da família de Vitória, teve seu depoimento desmentido pela esposa, que afirmou que ele não estava em casa na noite do crime. O suspeito foi preso após apresentar divergências nas informações e também após ser identificado como um dos envolvidos no sequestro.
O corpo de Vitória foi encontrado nu, com ferimentos graves no crânio e no pescoço, além de sinais de tortura, como cabelos raspados e um sutiã amarrado ao pescoço. A principal hipótese da polícia é de que o crime tenha sido motivado por vingança e envolva uma situação passional. A investigação segue em andamento, com a polícia realizando buscas e perícia para esclarecer os detalhes do assassinato.
Até o momento, apenas Maicol foi preso, e o caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, que busca entender o papel de cada envolvido nesse crime brutal.
GAZETA BRASIL