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Mercados financeiros despencam diante de incertezas sobre políticas dos EUA

Os mercados financeiros caíram nesta segunda-feira (10), com as ações de tecnologia puxando a queda, à medida que investidores demonstraram preocupação com o risco de que as políticas comerciais do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possam levar o país a uma recessão.


Foto: Economic News Brasil

Os mercados financeiros caíram nesta segunda-feira (10), com as ações de tecnologia puxando a queda, à medida que investidores demonstraram preocupação com o risco de que as políticas comerciais do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possam levar o país a uma recessão.

O índice Dow Jones recuou quase 900 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 2,7%, registrando sua maior queda diária desde dezembro. Já o Nasdaq Composite despencou 4%, impactado pelo forte movimento de vendas em empresas de tecnologia. As ações da Tesla perderam 15%, enquanto os papéis das outras gigantes do setor – Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia e Meta – caíram entre 2% e 5%.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano também caíram nesta segunda-feira.

“Eu odeio prever esse tipo de coisa”, disse Trump à Fox News no domingo (9), ao ser questionado sobre uma possível recessão ainda este ano.

“Estamos passando por um período de transição, pois o que estamos fazendo é muito importante: estamos trazendo riqueza de volta para os Estados Unidos”, acrescentou. “Isso leva um tempo.”

As ameaças tarifárias intermitentes de Trump contra países como Canadá, México e China têm abalado os mercados financeiros dos EUA e deixado consumidores incertos sobre o futuro econômico.

“O presidente Trump parece ter abandonado o mercado de ações dos EUA e está disposto a colocar sua visão política acima das perspectivas de curto prazo da economia”, afirmou Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da plataforma XTB, em nota.

O CEO da BlackRock, Larry Fink, disse nesta segunda-feira que as políticas nacionalistas de Trump, incluindo a deportação de trabalhadores migrantes, tendem a elevar a inflação nos EUA.

Durante a conferência CERAWeek, em Houston, Fink alertou que os mercados já estão precificando essa inflação e que os custos podem aumentar ainda mais nos próximos seis a nove meses.

O principal assessor econômico de Trump, Kevin Hassett, minimizou os riscos de recessão. Em entrevista à CNBC, ele destacou que há razões para otimismo na economia dos EUA, apesar de previsões de uma contração do PIB no primeiro trimestre e preocupações com a inflação.

“Há muitos motivos para sermos extremamente positivos sobre a economia no futuro”, disse Hassett. “Mas, sem dúvida, este trimestre há algumas oscilações nos dados.”

O Nasdaq foi fortemente impactado pela desvalorização das chamadas “Sete Magníficas” do setor de tecnologia, que incluem Alphabet (controladora do Google), Amazon, Meta e Nvidia.

As ações da Tesla, de propriedade do bilionário e aliado de Trump, Elon Musk, despencaram mais de 11%.

“A incerteza sobre o impacto das tarifas de Trump paira sobre os mercados financeiros no início da semana”, afirmou Susannah Streeter, diretora de mercados da Hargreaves Lansdown.

“A perspectiva de uma recessão nos EUA está cada vez mais presente, com a confiança do consumidor caindo, as empresas enfrentando desafios comerciais crescentes e os investidores ficando cada vez mais nervosos.”

David Morrison, analista da Trade Nation, acrescentou: “O sentimento de risco piorou à medida que os investidores reagem às várias medidas tarifárias anunciadas por Trump, enquanto as perspectivas econômicas dos EUA começam a se deteriorar.”

Tensões na União Europeia

As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt fecharam em queda nesta segunda-feira.

O comissário de Comércio da União Europeia, Maros Sefcovic, criticou a falta de disposição do governo norte-americano em negociar para evitar tarifas contra os 27 países do bloco.

Kathleen Brooks, da XTB, disse que os investidores também reagiram às incertezas sobre um plano de gastos na Alemanha. Friedrich Merz, provável novo chanceler alemão, pode enfrentar resistência em sua proposta de levantar limites de gastos na defesa e criar um fundo de infraestrutura de 500 bilhões de euros (540 bilhões de dólares).

O Partido Verde da Alemanha já indicou que não dará os votos necessários para aprovar a medida.

Mais cedo, a bolsa de Tóquio fechou em alta, mas os mercados de Hong Kong e Xangai caíram após dados divulgados no fim de semana indicarem que os preços ao consumidor na China caíram 0,7% em fevereiro – a primeira queda em 13 meses.

“Os dados reforçam o que já está claro há meses: as pressões deflacionárias continuam profundamente enraizadas na segunda maior economia do mundo”, disse Stephen Innes, da SPI Asset Management.

Nesta segunda-feira, entraram em vigor as tarifas de retaliação da China sobre certos produtos agrícolas dos EUA, após Washington impor uma taxa de 20% sobre mercadorias chinesas.

Impacto na América Latina

Os mercados da América Latina também foram afetados pela aversão global ao risco. Na Argentina, a bolsa registrou forte queda, enquanto investidores aguardam definições sobre um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que poderia liberar recursos para reforçar o Banco Central do país e estabilizar o programa econômico do governo.

No México, o principal índice acionário S&P/BMV IPC caiu 2,21%, interrompendo uma sequência de quatro pregões de alta. No Brasil, o real se desvalorizou 1,11% frente ao dólar, cotado a R$ 5,85, enquanto o índice Bovespa recuou 0,71%, fechando a 124.154,88 pontos.

Petróleo em queda

Os preços do petróleo também caíram nesta segunda-feira, pressionados pelo temor de que as tarifas dos EUA possam desacelerar a economia global e reduzir a demanda por energia, enquanto a OPEP+ aumenta sua produção.

O barril do Brent caiu 1,5%, encerrando o dia a US$ 69,28, enquanto o WTI recuou 1,5%, para US$ 66,03.

O WTI registrou sua sétima semana consecutiva de perdas, a pior sequência desde novembro de 2023, enquanto o Brent acumulou três semanas seguidas de queda.

(Com informações de AFP e Reuters)

GAZETA BRASIL

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