O Auxílio de R$ 600 já era esperado por analistas de mercado, independente do vencedor das eleições deste ano, ressalta o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. O detalhe é que não cabe na Constituição, por isso precisaria ser feito um ajuste constitucional. A grande questão, segundo ele, é: como este ajuste será feito?
Megale diz que a dúvida sobre o cumprimento das promessas é se os valores a mais serão extraordinários (fora do teto) ou se serão valores temporários para 2023 e, a partir daí, se estabeleceria uma nova regra para a evolução das despesas.
“O ideal é aprovar uma regra a partir de agora, optando por um gasto maior, e, depois desse novo patamar de gastos, ver se as despesas e receitas se comportam para gerar um superavit em algum momento”, opina.
Entretanto, a maior dúvida dos investidores e empresas, de acordo com Megale, é de quanto será a trajetória do endividamento do Brasil daqui para frente. “Para isso, o mercado precisa saber quanto será o gasto de agora e como vai ser as regras de despesa e de receita ao longo do próximo governo”, pontua.
Ele ainda faz questionamentos referentes à política econômica que o governo vai escolher para realizar essa promessa. “Seremos um país com dívida sustentável e equilibrada, com juros mais baixos, mais previsível, com mais investimentos, ou país com uma dívida que não para de subir, com riscos de mais impostos, mais inflação e menos equilibrado. O país precisa de sustentabilidade das contas públicas brasileiras”, aponta.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Expectativa para nova política econômica põe mercado em alerta, dizem economistas no site CNN Brasil.
CNN BRASIL