Comissão de Quebra de Cláusula de Barreira tenta reduzir percentual da nota de corte para aumentar as chances no cadastro reserva
Candidatos que prestaram o concurso público da Segurança Pública do Estado de Mato Grosso tentam flexibilizar a nota de corte do certame, de 50% para 30%, com intuito de aumentar as chances de garantir uma lista de cadastro reserva maior e assegurar a convocação. O Projeto de Lei 811/2022, que prevê essa mudança, já foi aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa e depende de uma decisão do Governo do Estado para que seja sancionado. Além disso, os candidatos defendem a homologação do certame ainda para este mês.
O presidente da Comissão de Quebra de Cláusula de Barreira, Thiago Nascimento, explica que a proposta prevê que todos aqueles que pontuaram com nota mínima exigida no edital, sejam mantidas as chances de serem chamados durante toda a viabilidade do certame.
"A banca recebeu R$ 13 milhões para fazer esse concurso e são eles que definem a nota de corte e resulta em um déficit de candidatos muito grande. A nossa proposta é que a flexibilização possa ter um melhor aproveitamento do cadastro reserva e garantir que o candidato possa ser chamado dentro daquele mesmo concurso, o que gera uma economia para o Estado, que não precisa realizar outro concurso porque não tinha quem convocar, e também beneficia os municípios que precisam de matéria humana", explica Nascimento.
De acordo com o certame, a prova é de caráter classificatório e eliminatório, formada por 105 questões. O presidente da comissão ressalta que o intuito do PL não é competir com os já classificados, mas aumentar as chances dos que não tiveram boa pontuação para que possam ser chamados a participar das fases de aptidão física e exames médicos, pois há um grande déficit no cadastro reserva. "O concurso não pode se limitar a prova. Não é a pontuação que vai definir o profissional", ressalta Thiago.
Mal entendido
Com a movimentação para que o Projeto de Lei 811/2022 seja sancionado pelo Governo do Estado, uma mensagem no grupo dos concurseiros que aguardam a homologação do concurso da PM causou um mal entendido, no qual surgiu o questionamento sobre um suposto pedido de suspensão da homologação. No entanto, Thiago Nascimento esclareceu que não existe nenhum pedido de adiamento da homologação do concurso e que ao contrário disso, a Comissão de Quebra de Cláusula de Barreira quer que o certame tenha o andamento totalmente realizado dentro dos prazos.
"A gente não quer que prorrogue nada, a gente quer que homologue o concurso. Foi uma falha na comunicação, no qual emitimos uma nota para deixar claro toda a nossa intenção quanto ao concurso, para que não prejudique ninguém", enfatizou.
"Nossa pauta sempre foi e sempre será com o objetivo de diminuir a porcentagem para as demais fases e jamais será para mudar data de homologação do mesmo, até por que queremos o melhor para a Segurança Pública do Estado do Mato Grosso e o quanto antes houver a homologação, mais rápido os aprovados serão chamados", diz trecho da nota.
Concurso
As provas do concurso público das forças de segurança de Mato Grosso foram realizadas em 20 de fevereiro. Mais de 66 mil candidatos se inscreveram para compor os quadros de servidores da Polícia Militar (PM), da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e da Politec.
Apesar de as vagas serem destinadas ao cadastro de reserva, o Estado prevê a nomeação de pelo menos 1.200 novos servidores ainda em 2022. Após denúncias no Ministério Público e ações judiciais, o certame deve ser homologado até o final deste mês, no dia 30 de novembro.