A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio Grande do Sul (Emater-RS) revelou nesta semana que o Rio Grande do Sul terá uma queda expressiva na produção agrícola, reflexo da severa estiagem gerado pelo terceiro ano consecutivo do fenômeno La Niña. A safra de milho, por exemplo, terá uma quebra de 41%, com produção inicial saindo de 6,1 milhões de toneladas para 3,5 milhões de toneladas. Já a soja deverá ter queda de 31%, com uma produção de 14,1 milhões de toneladas, ante 20,5 milhões de toneladas. Mas, mesmo com esse cenário desafiador no estado, a expectativa da Expodireto Cotrijal, evento que acontece em Não-Me-Toque (RS), é que os negócios não sejam afetados. Segundo o presidente da feira, Nei Manica, a projeção é que o evento alcance R$ 4,9 bilhões – mesmo volume do ano anterior – ou até mais. Isso porque os agricultores de outros estados, que não foram afetados pela seca, devem contribuir para o resultado.
Outro tema que também tem desafiado os agricultores é a falta de recursos do Plano Safra 22/23. O economista da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antonio da Luz, revela que com a escassez de crédito rural, os juros de mercado ao agricultor chegam a 18%. O especialista ressalta ainda que a tática de governo forçar uma queda dos juros não funcionará, resultando em menos recursos disponíveis ao agricultor. Durante a abertura da Expodireto, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou a pedir que o Banco Central reduzisse a Selic. Nesta semana, ele se encontrou com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para pedir R$ 1 bilhão para o crédito rural atual. Os agricultores aguardam com ansiedade esses recursos e as feiras agrícolas também.