Imagens de câmeras de segurança [veja abaixo] mostram manifestantes invadindo a sede administrativa de Brazlândia, cidade satélite do Distrito Federal. O local ficou bastante deteriorado, com cadeiras e bebedouro quebrados. O vigilante, que estava sozinho no local, acionou a Polícia Militar, que teve que usar gás de pimenta para conter os invasores. Nove pessoas foram presas. Segundo a PM, os detidos se identificaram como integrantes do Movimento Sem Terra (MST) e teriam invadido o prédio público para protestar contra a desocupação de uma área rural às margens BR-080. O MST nega participação na invasão do prédio público e diz que se tratam de oportunistas.
Segundo o DF Legal, órgão fiscalizador, o grupo começou a ocupar a área rural às margens da rodovia no dia 7 de janeiro e, desde então, o acampamento foi aumentado, chegando a totalizar 600 barracas. Em nota oficial, o DF Legal afirma ainda que tratam-se de entidades ligadas ao Movimentos Sem Terra e que suas ocupações são irregulares, com viés especulativo e imobiliário, sem qualquer característica de assentamento rural. Há inclusive lotes sendo vendidos por R$ 8 mil. Conforme apurado pelo órgão, por meio de sobrevoos com drones, o grupo não se trata de pessoas em vulnerabilidade social, uma vez que ostentavam veículos novos e caminhonetes. A apuração identificou ainda que 90% das barras estavam inabitadas, servindo apenas de espécie de demarcação.
Na Câmara dos Deputados, o autor do requerimento que pede a instalação de uma CPI para investigar o MST disse que o episódio só reforça a necessidade de instalar uma comissão para apurar essa onda de invasões de terra. O parlamentar disse ainda que invasões de terras são atos antidemocráticos, já que atacam um dos alicerces do estado de direito, que é a propriedade privada. A CPI do MST aguarda leitura do requerimento pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante sessão plenária para ser instalada.
*Com informações da repórter Berenice Leite