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OPERAÇÃO BLOODWORM

Garçonete da ALMT é apontada como liderança do Comando Vermelho em MS



Uma garçonete que presta serviços na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) é apontada como uma das principais lideranças da facção Comando Vermelho e encarregada de estruturar a expansão em Mato Grosso do Sul. Vânia Cristina Ribeiro de Moraes, ou Dona Vânia, como é conhecida, foi um dos alvos da Operação Bloodworm, deflagrada pelo Gaeco de Mato Grosso do Sul, no último dia 5. A informação foi divulgada pelo site O Jacaré e confirmada por Olhar Direto.

Moradora de Várzea Grande, Vânia é apontada como uma faccionada que atua em todos os setores da organização criminosa e integrante de maior influência. Conforme investigação, a garçonete tem relacionamento com o 02 da facção em MS, Devair Pereira de Castro, vulgo Coqueirinho, transferido de Mato Grosso para Presídio de Segurança Máxima da Gameleira. Ela também é mãe do 04, Lucas Matheus Ribeiro de Moraes, vulgo, Lukinha, detido no mesmo local.

O trabalho investigativo que resultou na operação descobriu que o Comando Vermelho, predominante em Mato Grosso, traçou um plano de expansão para MS, que se tornou importante rota do tráfico de drogas e de armas de fogo, em razão de sua posição geográfica (fronteira com o Paraguai e a Bolívia). Lideranças de Mato Grosso que estavam reclusas na Gameleira foram os idealizadores.

Mesmo detidos em um presídio de segurança máxima, os criminosos tiveram acesso a celulares com ajuda de policiais penais e de um advogado a serviço da facção. Os aparelhos permitiam o contato entre os faccionados presos e seus comparsas em liberdade, a fim de traçar o planejamento de crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram reiteradamente praticados e comprovados durante a investigação, cujo proveito serviu para o fortalecimento do Comando Vermelho MS.

Conforme revelado pelo site O Jacaré, a primeira medida foi a criação do Conselho CV MS PY – Trem Bala, formado por 13 integrantes. O primeiro presidente foi o carioca Roberto Ricardo de Freitas Júnior, o Betinho, o O1. O vice-presidente seria Coqueirinho.

"Esses integrantes do Comando Vermelho, no mínimo desde os últimos meses do ano de 2021, agem no intuito de melhor estruturar a organização criminosa no Mato Grosso do Sul, muito embora todos já a integrem desde antes em seus Estados de origem e concentrem suas ações em prol dela. Mas, a partir do final do ano de 2021, pretenderam aumentar seu alcance e consolidar suas atividades ilícitas neste Estado. Para tanto, o objetivo era filiar o maior número possível de criminosos em seus quadros (batismos) e, com isso, aumentar o poder financeiro e bélico da organização, por meio da prática de crimes graves, a exemplo de roubos, sequestros e tráfico de drogas ilícitas e, ainda, do pagamento de contribuições de seus integrantes, conforme instituído em "regulamento" próprio", afirmam.

Após definir o conselho, eles decidiram que a arrecadação, feita a partir da cobrança mensalidade de R$ 100 dos "camisa" e das "lojinhas", iria abastecer a estruturação do Comando Vermelho no Estado. No ano passado, Luiz Élio Gonçalves Filho, o Cabeça de Porco, foi transferido do Presídio Federal de Campo Grande para a penitenciária estadual da Gameleira, onde acabou assumindo o papel de presidente. O novo chefe do CV manteve o plano, pontua o site de Campo Grande.

Sobre Dona Vânia, a reportagem afirma que "os elementos probatórios obtidos demonstraram que ela é a responsável pela importante função de "Cartório do MS" no chamado setor do "CADASTRO". Nessa função controla o gerenciamento do quantitativo de membros da organização criminosa e do ingresso de novatos". A facção já teria 43 membros e 11 companheiros em MS.

Operação Bloodworm


Em Mato Grosso, foram 13 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão cumpridos em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Mirassol D'Oeste, Vila Bela da Santíssima Trindade, Sinop, Marcelândia e Primavera do Leste, com apoio das equipes da Rotam e da Força Tática da Polícia Militar.

Em nota, o Gaeco-MS informou que a operação tem como alvo lideranças do Comando Vermelho em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, que atuavam em um plano de expansão da facção criminosa. Conforme a investigação, as ações criminosas contavam com auxílio de advogados e policiais penais.

Nome da operação

O nome da operação faz alusão à larva vermelha (ou verme-sangue) de nome Bloodworm, que se trata de um verme conhecido por ser feroz, venenoso, desagradável, mal-humorado e facilmente provocado. Destaca-se por sua coloração vermelha, por viver aglutinado aos demais da mesma espécie e pela grande capacidade de resistência em condições ambientais extremas. Além disso, ao se depararem com rivais, contam com seus dentes de cobre, que funcionam como verdadeiras armas, agindo de modo implacável para derrotá-los, características essas que possuem semelhanças com as ações violentas e hostis praticadas pela organização criminosa.

Comando Vermelho

O Comando Vermelho foi fundado no Rio de Janeiro há mais de 40 anos por custodiados do sistema penitenciário do Estado e desde então se proliferou por todo o Brasil, possuindo tanto integrantes reclusos quanto em condição de liberdade.

Sua atuação é voltada para obtenção de vantagem financeira em prol do progresso da organização criminosa e para a imposição de uma espécie de poder paralelo ao do Estado, o que busca alcançar por meio da prática habitual e reiterada de nefastos crimes, como roubos, homicídios contra rivais e agentes de segurança pública, tráfico de drogas e de armas, além da corrupção de agentes públicos.

Olhar Direto

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