A famosa escritora ucraniana, Victoria Amelina, conhecida por suas premiadas obras literárias, teve sua vida abruptamente interrompida devido aos ferimentos causados por um míssil russo, que atingiu uma pizzaria em Kramatorsk, na última terça-feira.
Aos 37 anos, Victoria Amelina era também uma renomada pesquisadora de crimes de guerra, e sua morte marca a triste estatística de ser a décima terceira vítima fatal desse ataque covarde.
A associação de escritores PEN Ucrânia emitiu uma nota lamentando profundamente o ocorrido, destacando que os médicos responsáveis pela equipe de primeiros socorros fizeram todos os esforços possíveis para salvar a vida da escritora, porém, o ferimento sofrido mostrou-se fatal.
A comunidade de direitos humanos, seguindo a mesma linha de pensamento, categorizou esse horrível ataque como um crime de guerra, evidenciando a crueldade e a falta de humanidade daqueles que perpetraram tal ato.
Vale ressaltar que Kramatorsk, embora sob controle ucraniano, está situada em uma área relativamente próxima às regiões ocupadas pelos russos no país, o que aumenta ainda mais a tensão e a insegurança dessa região.
Victoria Amelina estava acompanhada por um grupo de jornalistas e escritores colombianos no Ria Lounge, quando o míssil devastador atingiu o estabelecimento. Aproximadamente 60 pessoas também foram feridas no local.
Amelina era uma escritora ucraniana de renome, focada em documentar os crimes de guerra ocorridos desde a invasão russa de 2022. Além desse trabalho, ela se dedicava a auxiliar crianças que vivem próximas à zona de conflito.
Seu primeiro livro de não-ficção em inglês, intitulado Diário de Guerra e Justiça: Olhando as Mulheres e Enxergando a Guerra, está prestes a ser publicado. Nessa obra, Amelina compartilha relatos e testemunhos verídicos de pessoas afetadas pelos horrores da guerra.
Uma postagem recente em sua página do Twitter mostra Amelina capturando uma imagem de um prédio bombardeado na Ucrânia. Na legenda, ela se descreve com orgulho como uma escritora ucraniana, que guarda em sua bolsa retratos de grandes poetas do país. À primeira vista, ela poderia estar fotografando livros, arte ou até mesmo seu filho pequeno. No entanto, Amelina escolhe registrar os crimes de guerra cometidos pelas forças russas, pois é a voz dessas vítimas que precisa ser ouvida, e não versos poéticos. Ela questiona o porquê dessa realidade cruel e inconcebível estar ocorrendo em sua terra natal.
GAZETA BRASIL